quinta-feira, 29 de outubro de 2009

GAP/PR: Feira de adoção de animais

O GAP/PR (Grupo de Apoio à Proteção Animal para Londrina e Região) realiza neste final de semana, duas feiras de adoção de animais em Londrina. A primeira apenas com filhotes, na Pet Shop Pom Pom, e a segunda, com filhotes e adultos, no Mercado Shangri-lá.

A organização da entidade receberá doações de ração, medicamentos, casinhas, cobertores e potes de alimentação. Para adotar é preciso ser maior de 18 anos, levar coleira ou caixa de transporte para a retirada do animal, documento e comprovante de residência.


Costelinha assim que o encontramos:
sujo e com a pata quebrada

Sobre o GAP

A princípio tratava-se de protetores independentes de diversas cidades do Paraná que se conheceram pela internet, compartilhando experiências e necessidades. Atualmente conta com associados de Londrina, Cambé, Bandeirantes, Jaguapitã, Ibiporã e Santo Antônio da Platina, ambas no Paraná, de Ubatuba, no estado de São Paulo, e até de fora do Brasil. Sua atuação concentra-se, principalmente, em sua comunidade no Orkut, denominada "GRUPO DE APOIO - GAP/PR", e em seu site.


Algumas semanas mais tarde

O GAP tem como propósito trabalhar pelo bem estar dos animais por meio de atividades de educação, conscientização, diminuição de maus tratos e do abandono nas vias públicas. Ele atua em conjunto com a sociedade, visando a disseminação da posse responsável e do respeito. Suas principais atividades são a procura de lares temporários e definitivos, apoio e orientação a protetores, orientação nas denúncias sobre crueldade e campanhas de conscientização.


Costelinha hoje

"O GAP não recolhe animais, nem possui abrigos. Ele trabalha, justamente, para que o mundo não precise dessas instituições."

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Feira de Filhotes. Onde: Pet Shop Pom Pom (av. São João, 2580, tel. 0++/43/3336-7375, Londrina). Quando: sábado, 31/10, das 10h às 14h.

Feira de Adultos e Filhotes. Onde: Mercado Municipal Shangri-lá (r. Visconde de Mauá, 168, Shangri-lá, Londrina). Quando: domingo, 01/11, das 9h às 12h.

Saiba mais - E-mail: contato@gappr.com.br - Site: www.gappr.com.br

[ChuckWilsonDB]

domingo, 25 de outubro de 2009

Um dia a mais na capital paulista

Normalmente quando embarco para São Paulo, minha estada é relâmpago. É raro ultrapassar um dia, um dia e meio. Da última vez, por exemplo, eu e um grupo de amigos saímos cedo daqui de Londrina e fomos à Chácara do Jockey, onde assistimos aos shows de Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead. No entanto, tão logo a banda inglesa tocou os últimos acordes de Creep -terceiro bis, diga-se de passagem-, já nos preparávamos para voltar a Castelo.


Bom, mas pelo tudo indica, isto não deve acontecer novamente. Pelo menos, não tão rápido. Isto porque desta vez, é muito provável que eu consiga ficar na capital paulista até o dia seguinte ao do Planeta Terra. Sendo assim, estou em busca de algumas dicas para aproveitar melhor minha estada. A primeira eu já consegui. Trata-se de uma exposição que vai ocorrer no MAB (Museu de Arte Brasileira da Faap), a Mostra “Vertigem”, produzida pelos artistas plásticos e grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como “osgemeos”.

Para quem ainda não os conhece, eles são os nossos mais respeitados representantes da Street Art no exterior, com trabalhos expostos em galerias como a Deitch Projects, uma das mais conceituadas de Nova Iorque -responsáveis, inclusive, pelos trabalhos de Keith Haring e Jean-Michel Basquiat-, e no museu britânico de arte moderna, o Tate Modern. Um de seus trabalhos mais inusitados foi a grafitagem realizada no Kelburn Castle, um castelo do século XIII na Escócia, juntamente com mais dois expoentes do grafite brasileiro, Nunca e Nina.

O Metrópolis é exibido pela TV Cultura de 2ª a 6ª às 21h40

Além das peças expostas em Curitiba e no Rio de Janeiro, a mostra também apresentará obras exclusivamente concebidas para o espaço da Faap. A exposição começa hoje, 25 de outubro, e vai até o dia 13 de dezembro.
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Onde: MAB (r. Alagoas, 903, Higienópolis, tel. 0++/11/3662-7198, São Paulo). Quando: de terça a sexta, das 10h às 20h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. A entrada é grátis.

[ChuckWilsonDB]

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O bom e velho Iggy and The Stooges

Quando foi anunciado o Claro que é Rock em 2005, eu já havia comprado o ingresso para o Tim Festival que, na ocasião, traria The Strokes, Kings of Leon, The Arcade Fire, M.I.A. e Mundo Livre S/A para o Anhembi. Como eu iria com um grupo de amigos e o ingresso não era dos mais baratos, não foi possível encarar os dois festivais de uma vez - ainda mais porque a viagem ficaria muito mais cara indo sozinho. Resultado: não pude invadir o palco dos Stooges, reclamar do som no show do Sonic Youth, socar (no melhor dos sentidos) a bolha transparente do Wayne Coyne, nem curtir o "industrial" do Trent Reznor. Ah... E ainda tinha a Nação Zumbi e o Fantomas, do nosso amigo Mike Patton - que estranhamente também estará em São Paulo no mesmo dia 07 de novembro, só que com o Faith no More.


Wayne Coyne, do Flaming Lips, no Claro que é Rock 2005.
[Crédito: Marcos Hermes at whiplash.net]

Mas depois de muito falatório e uma demora preocupante para a definição do line-up do Planeta Terra deste ano, finalmente, os caras anunciaram as duas atrações que, a meu ver, já valem o festival: Iggy and the Stooges e Sonic Youth. Uma espécie de redenção pessoal, já que eu perdi a oportunidade de vê-los, e também um muito bem vindo revival do que foi o Claro que é Rock em 2005. Exagero? Não creio. Sacanagem com a memória do Tim 2005? Afinal, o show do Arcade Fire foi sensacional. Talvez. Mas e daí?


Arcade Fire no Tim Festival 2005. Anhembi, São Paulo.
[Crédito: "flaviadurante" at Flickr]

Bom, mas apesar da importância do Sonic Youth para o rock dito alternativo, e mesmo para mim como fã, peço licença para me focar apenas nos Stooges desta vez; estes, sem dúvida alguma, responsáveis por algumas das histórias mais interessantes e, por que não?, tragicômicas, não só da chamada Blank Generation, como do próprio rock´n´roll. Como, por exemplo, o episódio em que Iggy se encontra com Wayne Kramer após o término da banda do ex-líder do MC5. Época em que este estava brigado com os demais ex-integrantes e que, no sentido de completar o vazio dessa perda, da vida no MC5, acabou por se tornar bandido e traficante.


Sonic Youth

Por conta de uma antiga dívida que Iggy contraiu quando os dois começaram a traficar juntos - pouca coisa, algo como US$ 200 aproximadamente -, Kramer o encontrou acompanhado de um capanga (ele tinha receio que Scoth Asheton interferisse) no hotel onde os Stooges estavam hospedados. Apesar de ter refrescado a memória do Iguana quanto à dívida, o "combinado" seria que a grana de Iggy seria trocada por heroína. No entanto, ao entregar o dinheiro, Kramer disse algo mais ou menos assim: "Estamos quites, agora!" O quê? Quer dizer que não tem droga?, teria perguntado um Iggy atônito. "Não", teria sido a resposta. Iggy então começa a chorar, quando o capanga de Kramer, comovido, o abraça e diz algo como: "Calma irmão, são apenas drogas. Não fica assim."


Iggy and The Stooges com James Williamson e Scott Thurston.

Ou então outros episódios antológicos como o show que antecedeu a gravação do Metallic K.O. no Michigan Palace, último show da carreira da banda até então. Dias antes, Iggy entraria em conflito com um grupo de motoqueiros durante uma apresentação e saltaria do palco vestido de bailarina em direção ao cara que mais o importunava na platéia. Acabou surrado - o que em qualquer outro caso, teria acabado imediatamente com o show. Mas não, não com os Stooges.

Recuperado, segundo o próprio Iggy Pop em depoimento a Legs McNeill e Gillian McCain no livro "Mate-me Por Favor" (ed. L&PM), ele volta ao palco e, junto com a banda, tocam uma versão gigantesca de "Louie, Louie" (segundo Lester Bangs, de mais de 40 minutos), alternando os versos originais com outros improvisados e repletos de xingamentos direcionados aos caras que, além de retribuirem a gentileza, somaram à ela uma saraivada de garrafas e outros objetos que foram jogados ao palco. Ah... É válido ressaltar que na versão de Bangs em seu livro "Reações Psicóticas" (Psychotic Reactions and Carburetor Dung), da ed. Conrad, a ordem dos fatores não é exatamente a mesma.

Mas enfim, foi somente com a vinda da polícia que o show, finalmente, acabou. Porém, não, não é o fim da história. Ainda não satisfeito, o Iguana vai à uma estação de rádio local (não exatamente na sequência) e faz uma nova provocação aos motoqueiros que, segundo Bangs, é respondida por meio de um telefonema: caso o tal show do Michigan Palace ocorresse, os Stooges seriam mortos pela gangue. Resumindo, o show acabou acontecendo e uma nova batalha foi travada, já que a banda foi acompanhada desta vez de sua própria gangue de motoqueiros que ali mesmo do palco, rivalizou com a platéia durante todo o show. E não, ninguém morreu.


Iggy Pop: Quem precisa de bolha, Wayne?!

Agora... Engana-se quem pensa que eles nunca mais teriam problemas com motoqueiros. Por alguma razão, Scott Asheton acabou contraindo uma dívida que os obrigou a transformar a Fun House numa verdadeira fortaleza, com tapumes em portas e janelas (que eram devidamente arrancados e recolocados à medida que entravam e saiam da casa) e recheado de armas como medida de segurança - que, aliás, acabou se mostrando desnecessária, já que eles nunca apareceram para cobrá-la. Por conta disto, e já que o prédio seria demolido pelo município, não perderam a viagem. Descarregaram todas elas na casa mesmo, adiantando parte do serviço.

É, realmente o que os caras mais têm são histórias. E das boas. Histórias estas que podem ser conferidas nesses dois livros citados a pouco: "Mate-me Por Favor" e "Reações Psicóticas". Ambos, aliás, podem ser encontrados facilmente em qualquer grande livraria como Saraiva, Cultura ou FNAC. Ah, detalhe: o "Mate-me Por Favor" foi desmembrado em dois volumes pela L&PM e transformado numa versão pocket, porém sem prejuízo ao texto que ainda permanece integral.

Em suma, se a apresentação dos Stooges for como de costume, podemos esperar grandes momentos deste festival. E isto, independentemente, da baita falta que fará o grande Ron Asheton, falecido recentemente e substituído pelo ex-guitarrista dos Stooges, James Williamson, co-autor de Raw Power juntamente com Iggy Pop. Aliás, justamente por isso, é que poderemos rever a íntegra desse grande álbum. Uma ironia, mas enfim...



Iggy and The Stooges no Claro que é Rock 2005. Chácara do Jockey, São Paulo.


[ChuckWilsonDroogieBoy]