domingo, 17 de abril de 2011

Agora, no Tumblr!



Estou no Tumblr, agora: ChuckWilsonDB_CWDB

segunda-feira, 21 de março de 2011

De volta com o Starte: Lichtenstein, Rockwell e Escher

Sandra Coutinho visita as exposições de Lichtenstein e Rockwell, nos EUA, e Mônica Carvalho a do artista gráfico holandês M. C. Escher, no Brasil. Com vocês, mais um episódio do Starte.

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Starte com Bianca Ramoneda e Elisabete Pacheco: todas as terças às 23h30 na Globonews.

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Bratatat! - 1962 (Foto: Divulgação) The Black and White Drawings - 1961-1968 (Foto: Divulgação) Keds - 1962 (Foto: Divulgação)

Roy Lichtenstein: The Black and White Drawings (1961-1968) no The Morgan Library and Museum, em Nova Iorque. Da esquerda para a direita: Bratatat! (1962); capa da publicação em que constam as obras apresentadas na mostra (2010); e Keds (1962).

Detalhe interessante: reparem nos pontos no rosto da mulher, algo bastante comum nos desenhos de Lichteinsten. Segundo a curadora da mostra, Isabelle Dervaux, eles exprimiam seu desejo de aproximar cada vez mais seu trabalho do estilo encontrado nas imagens comerciais da época, uma das inspirações da Pop Art, a qual é um dos precursores. Para obter esse resultado, o artista experimentou diversas técnicas e instrumentos até conseguir reproduzi-los com perfeição industrial, porém, o mais importante (e o mais interessante também), sempre através da prática manual.

Saiba mais sobre Lichtenstein

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Norman Rockwell's "The Dugout" - 1948

Norman Rockwell: Behind the Camera no Brooklyn Museum, em Nova Iorque. Da esquerda para a direita: The Tattoo Artist (1944), New Kids in the Neighborhood (1967) -reparem em como o artista se utiliza das fotografias para, depois, compor suas telas- e The Dugout (1948).

Detalhe interessante: Para dar maior espontaneidade e realismo aos trabalhos, Rockwell fazia intenso uso da máquina fotográfica no processo de composição de suas telas. Segundo a curadora da exposição, Sharon Matt Atkins, ele fazia o que fosse necessário -dentro de certos limites, obviamente- para obter de seus modelos -que podiam ser desde animais e crianças a adultos e idosos-, a expressão e os trejeitos exatos que, mais tarde, gostaria de ver traspostos para as telas.

Saiba mais sobre Rockwell

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Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi)  "O Olho" - Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi) "Infinito" - Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi)

O Mundo Mágico de M. C. Escher no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no Rio de Janeiro. Da esquerda para a direita: prédio do CCBB, local da exposição, e as obras O Olho (1946) e Infinito. (Fotos: Marcos Muzi)

Detalhe interessante: as negociações para a vinda das obras de Escher para o Brasil durou cerca de cinco anos. Terminada sua passagem por aqui, elas deverão ficar quatro anos longe do alcance dos olhos de seus admiradores de outros países; um cuidado, aliás, para a preservação do acervo. Portanto, aproveitem. A exposição ainda segue no Rio até o próximo domingo, dia 27 de março.

Saiba mais sobre a exposição | Saiba mais sobre Escher

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sábado, 19 de março de 2011

De volta ao eletrônico

Deixando de lado a cadência arrastada e sombria da penúltima postagem, volto agora minha atenção para o espírito explosivo e anárquico do Crystal Castles e do Kap Bambino. Duas duplas que não se fazem de rogadas na hora de usar seus sintetizadores, distorções e manipulações vocais para mostrar a que vieram.

Crystal Castles (Foto: Divulgação) Crystal Castles - Crystal Castles II (Foto: Divulgação) Crystal Castles (Foto: David Waldman - KWC)

Crystal Castles

Crystal Castles : Crystal Castles II (2010 : Electroclash/8-bit)

Ouça: http://is.gd/AUDawO Baixe: http://is.gd/UuZo1P [por SoundGum]

A princípio, este duo canadense criado no finalzinho de 2003 por Ethan Kath e Alice Glass, não ficaria marcado apenas pela qualidade do primeiro álbum, mas também por apresentações pífias e fatos polêmicos ligados, se não estou enganado, à ilegalidade de certos samples e imagens que eles andaram utilizando. Superados, no entanto, os problemas iniciais e também as dúvidas sobre se eles conseguiriam ou não igualar -ou mesmo superar- os resultados obtidos com o primeiro trabalho, eis que eles surgiriam com este segundo álbum -mais bem produzido e mais coeso que o anterior- fato que acabou lhes rendendo, inclusive, uma parceria tardia com ninguém menos que Robert Smith, o icônico líder do The Cure, em Not in Love.

Ainda marcado por uma profusão de distorções, samples enlouquecidos, muita gritaria e, agora, em menor escala, pela base 8-bit das composições (estas, criadas a partir de consoles de videogames com chips de 8 bits como os velhos Atari, SNES e Mega Drive), ele também apresenta um lado menos barulhento, mais delicado e, portanto, mais acessível; caso, por exemplo, de Celestica, Suffocation e da própria Not in Love (aqui, sem a presença de Smith). Bom… De qualquer forma, um excelente álbum. Minhas favoritas: Fainting Spells, Doe Deer, Year of Silence, Empathy, Birds e I Am Made of Chalk.

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Doe Deer, uma das minhas favoritas, porém em vídeo não-oficial.

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Crystal Castles em passagem por um club de Santiago (Chile) em setembro passado.

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Kap Bambino (Foto: Pia Nøtt).Kap Bambino - Blacklist (Foto: Divulgação) Kap Bambino (Foto: David Richardson)

Kap Bambino

Kap Bambino : Blacklist (2009: Electroclash/8-bit)

Ouça: http://is.gd/j2kdqJ Baixe: http://is.gd/JPuLLk [por MusicNes]

Formado em 2001 por Orion Bouvier e Caroline Martial em Bordeaux -cidade francesa conhecida no mundo todo por suas prestigiosas vinícolas-, o Kap Bambino é um duo que também pode ser caracterizado pelos vocais ferozes e pela postura de palco agressiva também compartilhada pelo Castles, mas eu diria que um pouco mais suja e eletrizante -o que, particularmente, me agrada muito. Donos do próprio selo, o Wwilko, e ambos detentores de projetos paralelos -ela com o Khima France e ele com o Groupgris- a banda já foi destaque em diversas publicações especializadas como Dazed and Confused, Another Magazine e também na NME que, inclusive, apontou seu primeiro álbum, Zero Life Night Vision, como o equivalente eletrônico de nada menos -vejam vocês- que The Queen Is Dead, dos Smiths. Pois é… Aliás, como de costume, seguem minhas favoritas: Dead Lazers, Lezard, Red Sign, Razozero e Batcaves. Enjoy!

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Red Sign, a primeira faixa que me pegou de jeito no álbum.

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Batcaves em vídeo ágil, porém com o espírito remanescente do meu penúltimo post.

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No mais, é isso. Nos próximos posts -não necessariamente na sequência-, mais resenhas de coisas legais que eu tenho ouvido ultimamente. Atuais ou nem tanto.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sexta-feira, 18 de março de 2011

Filmaços em 30 Segundos: Bunnies vs. Sharman

Mais um filmaço contado pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um musical da época em que o politicamente incorreto ainda não figurava como algo tão… marginal. Ou figurava? The Rocky Horror Picture Show, de Jim Sharman.

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The Rocky Horror Picture Show (The Rock Horror Picture Show); Lançamento: 1975 (Inglaterra); Direção: Jim Sharman; Elenco: Tim Curry, Susan Sarandon, Barry Bostwick, Richard O'Brien. Duração: 100 min; Gênero: Musical.

Casal de jovens pega a estrada para visitar um antigo professor dos tempos da faculdade para agradecê-lo por tê-los apresentado e convidá-lo para o casamento. No meio do caminho, entretanto, eis que um pneu fura bem no meio de uma tempestade, e eles são obrigados a pedir ajuda num estranho castelo habitado por um cientista louco -e vejam vocês, travesti- e um bando de indivíduos igualmente excêntricos e desajustados. O engraçado é que, justo nesse dia, o tal cientista louco, o Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), estava prestes a dar vida à sua mais nova criação: um ser humano artificial que, ao contrário de seu primo shelliano, viria ao mundo para satisfazer, digamos, interesses um tanto quanto… especiais de seu insuspeitado progenitor. Ou seja, nada mais estimulante do que ter a presença de estranhos na ocasião -principalmente, de jovens e bonitos estranhos (Susan Sarandon e Barry Bostwick)-, que além de poderem presenciar todo seu brilhantismo como cientista, poderiam, quem sabe, não se mostrar páreos o suficiente para o seu extraordinário poder de sedução. Agora, não pensem que nada além disso vai acontecer durante a história. Revelações bizarras vão permear todo o longa que, inclusive, vai culminar num final, digamos, inusitado; inusitado, mesmo.

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The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação) The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação) The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação)

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Fracasso de público na Inglaterra assim que foi lançado (e também no Brasil, cinco anos mais tarde), o filme começou a ganhar status de cult quando, em Nova Iorque, um grupo de aficcionados convenceu um cinema a passá-lo durante animadas sessões da meia-noite onde a plateia passou a se vestir tal qual as personagens, entoar a trilha sonora e até acompanhar suas falas. Outro fato interessante é que havia outro postulante ao papel de Frank-n-Furter; no caso, sir Mick Jagger, líder dos Rolling Stones. Porém, nem este conseguiu ser páreo o suficiente para o talento incontestável e hilariante de Tim Curry. Sério, não deixem de assisti-lo.

Trailer Oficial

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

terça-feira, 15 de março de 2011

Saindo das sombras

Prosseguindo na busca por coisas novas e interessantes que possam dar uma arejada na minha já empoeirada biblioteca de mídia, encontrei mais alguns álbuns que, ao contrário do penúltimo post, já não precisaram mais ser ouvidos a partir de lugares alheios ao meu próprio HD; este, aliás, devidamente otimizado e, pelo que tudo indica, bastante satisfeito com a leva de novos sons que, paulatinamente, têm ocupado os lugares tornados vazios pela faxina. Só que se antes a primazia vinha dos improvisos, da sofisticação dos arranjos ou mesmo do experimentalismo ou do funkeado das execuções, a desta nova postagem prima, justamente, pelo aspecto sujo, sombrio e carregado de um gênero que, dia a dia, tem conseguido atingir -e, mais importante, influenciar- um público cada vez mais distante do que seria natural esperar. Confira:

Salem (Foto: Divulgação) Salem - King Night (Foto: Divulgação) Salem (Foto: Divulgação)

Salem : King Night (2010 : Drag/Witch House/Spookycore)

Ouça: http://is.gd/39pNKQ Baixe: http://is.gd/LtOnJl [por New Album Releases]

A atmosfera deste álbum é carregada, soturna e claustrofóbica em sua essência, mas também etérea e melancólica em alguns momentos. No entanto, para quem não está habituado a nada que, mesmo de leve, se assemelhe ao gênero, pode, sim, se sentir um tanto quanto incomodado não só com as músicas, mas também com os vídeos -vários deles de aspecto sujo e amador, o que acaba acentuando o aspecto sinistro que pode (ou não) incomodar quem os assiste. Baseado em Traverse City, uma pequena cidade situada no estado do Michigan, nos Estados Unidos, o trio -já considerado um ícone do gênero- é composto por John Holland, Heather Marlatt e Jack Donoghue. Do álbum, eu destaco quatro ótimas faixas: King Night, Asia, Release da Boar e Trapdoor. E aí? Vai encarar?

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Asia, uma das músicas que eu mais gosto e dona de um dos vídeos mais trash também.

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King Nigth, assim como o anterior, incômodo para alguns.

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oOoOO (Foto: Divulgação) oOoOO - oOoOO (Foto: Divulgação) oOoOO (Foto: Divulgação)

oOoOO : oOoOO EP (2010 : Drag/Witch House/Spookycore)

Ouça: http://is.gd/lYRJ2L Baixe: http://is.gd/CwFC2l [por Last Grooves]

Projeto solo do também norte-americano Christopher Greenspan, este EP também é marcado por uma atmosfera densa e por vezes sombria, mas ao contrário de seu antecessor aqui no post, ele vem permeado por vozes doces, femininas, fato que acaba tornando-o muito menos sinistro e, por consequência, bem mais facilmente digerível por aqueles ainda não habituados ao estilo. Na minha opinião, Mumbai e Burnout Eyess são as melhores do EP; a primeira, aliás, a melhor das duas.

Ah, sim… Quanto ao nome. Também não faço a menor ideia de como se pronuncia.

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Mumbai, na minha opinião, a melhor do EP.

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No Shore, novo single do, aparentemente, impronunciável oOoOO.

No próximo post (do gênero), sigo ainda nesta linha, mas de uma forma, digamos, um pouco mais amena.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

quarta-feira, 9 de março de 2011

Filmaços em 30 segundos: Bunnies vs. Friedkin

Conforme prometido, mais filmaços contados pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um dos filmes mais aterrorizantes de todos os tempos: O Exorcista, de William Friedkin.

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O Exorcista (The Exorcist); Lançamento: 1973 (EUA); Direção: William Friedkin; Elenco: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Linda Blair, Lee J. Coob, Kitty Win. Duração: 123 min; Gênero: Terror.

Este filme eu só assisti uma vez e há muito tempo. Como eu não era bobo de assisti-lo à noite, principalmente naquela época, lembro que eu preferi vê-lo numa tarde, enquanto cuidava da casa de um vizinho que viajava. Mas mesmo assim, apesar de toda a cautela, confesso que acabei ficando com o sono comprometido durante uns bons dias. Aliás, fica aí a pergunta: e hoje? Será que ele seria capaz de causar o mesmo estrago de tantos anos atrás? Bom… Segue a sinopse que eu extraí do WebCine. Ipsis Litteris.

Sinopse: “Numa pacata casa em Georgetown, Washington, uma menina de 12 anos chamada Regan (Linda Blair), começa a ter uma série de comportamentos estranhos. Sua mãe (Ellen Burstyn) pede ajuda aos melhores psiquiatras do estado para descobrir o problema da filha. Os médicos diagnosticam como uma espécie rara de esquizofrenia, mas aparentemente não há nada de errado com a saúde da menina. O estado de Regan piora: começa a sofrer convulsões sobrenaturais e alterações na voz, tornando-se cada vez mais agressiva. Os próprios psiquiatras acabam lavando as mãos e recomendam à menina uma consulta com um padre. Nessa altura, Regan já afirma ser o demônio em pessoa. Fenômenos bizarros ocorrem na casa e um exorcista é chamado às pressas para tirar o diabo do corpo da menina. E aí que começa o pesadelo.”

Trailer oficial

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sábado, 5 de março de 2011

Coisas que ouvi, mas que ainda não pude baixar

Não que me falte bons álbuns para ouvir, mas é que chega uma hora, clássica, que, pôxa vida, por mais que sejam bons, por mais que sejam legais, não rola mais ouvir. Bom, pelo menos, não por algum tempo. Mas aí é que está. Tendo em vista que meu HD anda um tanto quanto combalido desde um fatídico dia de tempestade que o andou transformando num esforçado meia-bomba, eis que tenho sido obrigado a me segurar nas audições monofônicas e de repertório limitado de sites chapa branca, em blogs diletantes ou àquilo que as bandas nos permitem ouvir em seus próprios sites sem, no entanto -vejam só, que judiação-, poder baixá-los para este cansado desktop -o que, diga-se de passagem, é tremendamente frustrante, vocês hão de convir. Pois é… Mas, limitadores apresentados, lamúrias divididas, aproveito também para compartilhar algumas das impressões que tive de alguns desses álbuns que, tão logo arrume espaço no HD, vão ter cadeira cativa aqui no meu desktop. Ei-las:

Charles Mingus (Foto: Divulgação)  Charles Mingus (Foto: Divulgação)

Charles Mingus : Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus (1956 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/aTFKCl Baixe: http://is.gd/V2xmHk [por avaxhome.ws]

Mingus, um dos pouquíssimos compositores com talento o suficiente para poder ser comparado ao mestre Duke Elington, é um dos caras que eu mais gosto dentre uma constelação de gênios como, só para citar alguns, Thelonious Monk, John Coltrane e Eric Dolphy. Quanto ao álbum, sensual em alguns momentos e brilhante como sempre, só tive conhecimento de sua existência há bem pouco tempo, ouvindo o Sonora. Eu até pensei em indicar aqui as minhas favoritas, mas ao ouvi-lo novamente, percebi que só deixaria uma de fora, ou seja, um bom motivo para que baixem e escolham vocês mesmos suas preferidas. Ah, sim… E deste fantástico contrabaixista -aliás, o maior de todos na história do jazz-, eu indico (com veemência) outras três obras-primas: Pithecanthropus Erectus, um dos influenciadores do free jazz; o fantástico Mingus Ah Um, com as ótimas Goodbye Pork Pie Hat, Boogie Stop Shuffle, Self-Portrait in Tree Colors, Pedal Point Blues e sua militante e extremamente ácida -se bem que aqui, instrumental- Fables of Faubus; e, finalmente, um dos meus preferidos, The Black Saint and The Sinner Lady, destes, o mais experimental. E na sequência, um tremendo de um curinga pra vocês.

Meditation on Integration (part one) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

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Meditation on Integration (part two) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

 

Esperanza Spalding : Chamber Music Society (2010 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/r8BGTW 

Baixe: http://is.gd/DFe5TW [part 1] http://is.gd/OyoEu1 [part 2] [por DupeDB]

Desde que foi escalada para tocar no Tim Festival, em 2008, ela foi me chamando a atenção em partes. Primeiro pelo nome, Esperanza Spalding, que pra mim soava ao mesmo tempo peculiar, mas de alguma forma promissor. Em seguida, pela aparência; charmosa nos trejeitos, na maneira de vestir, e de um tipo de beleza que muito me agrada. E, finalmente, é claro, pelo talento. No entanto, vejam só, reconhecido no mesmo instante em que botei pela primeira vez seu álbum para tocar, o excelente Esperanza, de 2008, com achados como She Got To You, Mela, If That’s True, com suas estruturas ritmicas sofisticadas e cheias de pegada, além de duas brasileiras que abrem e fecham o álbum -olha que moral-, Ponta de Areia, do grande Milton Nascimento, e Samba em Prelúdio, dos inesquecíveis Vinícius de Moraes e Baden Powell; ambas, vejam só, cantadas em português.

Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação)

Já em relação ao Chamber Music Society, a compositora -de oito das onze músicas do álbum- vem acompanhada dos tradicionais piano e bateria, mas também de um quarteto de cordas que acabou conferindo ao álbum um ar mais sofisticado e intimista, sem no entanto sufocar momentos de maior efusividade no seu desenrolar. As músicas que mais me chamaram atenção até o momento são a linda e suave Little Fly, que abre o álbum; Chacarera, ótima composição do pianista Leo Genovese; Apple Blossom, um bonito dueto com Milton Nascimento; Inútil Passagem, de Tom Jobim, onde, mais uma vez, ela põem à prova seu português; e, por último, a nem tão curta, mas ainda sim doce, Short and Sweet. O único ponto negativo, a meu ver, foi o excesso de vocalises; ótimos em diversos momentos, um tanto excessivos em outros, mas incapazes de conseguir tirar o brilho do álbum. Recomendo.

She Got To Yo no Tim Festival 2008 - Esperanza (2008)

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Little Fly - Music Chamber Society (2010)

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The Apples (Foto: Divulgação)

The Apples : Kings (2010 : Fusion)

Ouça: http://is.gd/EPUMYi Baixe: http://is.gd/O8Q8YY [por BlogDONirso]

E, finalmente, este daqui, descoberto por acaso num tweet da Monique Maion dirigido à Reverbcity. A sugestão, no caso, era um cover sensacional do Rage Against the Machine feito por uma banda israelense, vejam vocês, cheia de groove e altamente dançante, composta por baixo acústico, bateria e um combo de metais porrada que junto a dois DJs, mescla funk, soul, rap, rock e jazz a scratches que, ao vivo, acaba corrompendo até o mais travado dos indivíduos. Apesar do tal cover não constar deste álbum, recomendo muito o download. Sério mesmo.

Killing (Kiling In The Name Of - by RATM) - The Power (EP - 2009)

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No mais, é isso. Nos próximos posts -não exatamente na sequência-, mais coisas que ouvi, mas que por conta de um HD bichado por causa de uma chuva mais arisca, ainda não pude baixar.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sexta-feira, 4 de março de 2011

Filmaços em 30 segundos: Bunnies vs. Kubrick

Conforme prometido, mais filmaços contados pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um clássico do terror: O Iluminado, de Stanley Kubrick.

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O Iluminado (The Shining); Lançamento: 1980 (EUA); Direção: Stanley Kubrick; Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers. Duração: 144 min; Gênero: Terror.

Jack Torrance (Jack Nicholson) é um homem com formação universitária que se candidata a um emprego aparentemente inferior à sua capacitação: tomar conta de um grande hotel localizado numa região montanhosa dos EUA que, por conta da neve, fecha durante o inverno, e o deixa praticamente isolado do resto do mundo. No entanto, ao contário do que pode parecer a princípio, a função de zelador acaba mostrando-se conveniente ao protagonista, pois vindo de fracassos na carreira, ele pretende se aproveitar da reclusão para escrever um livro. Porém, pouco tempo depois de sua mudança com a esposa (Shelley Duvall) e o filho (Danny Lloyd) para o hotel, acontecimentos inexplicáveis passam a se suceder com a família. Jack vai se tornando cada vez mais agressivo e perigoso. O filho passa a ter visões bizarras ligadas, de alguma forma, ao passado do local; este, aliás, marcado por acontecimentos trágicos. Já sua esposa, também intimidada pelas circunstâncias, acaba sofrendo por ambos os fatos, sendo inclusive, vitimada por uma perseguição implacável à certa altura do filme.

Marcado por um horror, principalmente, psicológico, a obra está aberta a interpretações, ou seja, os estranhos eventos podem ser atribuídos tanto à presença de forças sobrenaturais presentes no local -algo típico das histórias de Stephen King, na qual o filme é baseado-, como à loucura que vai gradativamente se apossando do personagem. Ou ambos. Fato curioso é que, assim como em Laranja Mecânica, outro clássico de Stanley Kubrick baseado em livro homônimo de Anthony Burgess, o filme também sofreu alterações significativas que acabaram deixando seu autor desgostoso. Incomodado com o fato, King autorizaria mais tarde uma readaptação do livro, só que desta vez mais fiel ao conteúdo, para a TV e por outro diretor; o que, segundo alguns, acabou não agradando nem ao público, nem à crítica.

De qualquer forma, a magistral atmosfera criada por Kubrick e os efeitos que ela gera no expectador, aliados a quatro cenas ímpares, já valeriam o filme: primeiro, a de Danny percorrendo os corredores sinistros do hotel com seu triciclo e se deparando com duas bizarras irmãs gêmeas; depois, dele enlouquecido e gritando redrum no quarto junto à sua mãe, atônita; mais adiante, a marcante cena de Jack tentando abrir a porta do quarto em que está a esposa a machadadas -ambos, aliás, com olhares tenebrosos: um psicótico; o outro, tomado por um terror extremo, quase doentio; e, finalmente, a do lobby do hotel sendo tomado por uma torrente sanguinolenta que o inunda. Sensacionais. Ou seja… Azar do Stephen King se não gostou.

Adaptado do WebCine.

Trailer oficial

Livro

Saraiva | Cultura | FNAC

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.Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Moacyr se foi

Hoje, assim que voltei da caminhada, alonguei um pouco, tomei um banho, forrei o estômago e, depois, para a minha surpresa e pesar, a primeira coisa que vi ao ligar o micro foi que o Moacyr tinha morrido. Pois é, o Scliar. Aquele gaúcho de Porto Alegre, sanitarista de formação, que venceu quatro vezes o Jabuti (1988, 1993, 2000 e 2009) e que a uns quarenta dias (ou mais) estava no hospital tratando das consequências de um AVC. Aquele que nos deixou uma porção de livros imperdíveis como A Mulher que Escreveu a Bíblia, A Orelha de Van Gogh, O Centauro no Jardim. Aquele que tanto escreveu, fantasiou e, não raro, teve a tradição judaico-cristã como pano de fundo de suas histórias. Aquele que vai nos deixar saudade.

[ChuckWilsonDB]

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Foto: paraty.com.br Foto: Adriana Mariano Foto: Fal Vitiello de Azevedo

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Espírito Natalino

Moacyr Scliar (1937-2011)

“Homem disfarçado de Papai Noel
tenta matar publicitária em SP.”
(Caderno Cotidiano – FSP – 18/12/01)

Primeira coisa que ele fez, ao chegar em casa, foi tirar a roupa de Papai Noel: estava muito quente, suava em bicas. Também queixou-se de dor na coluna. Isso é por causa do saco que você carrega, observou a mulher. De fato pesava bastante, o tal saco. A razão ficou óbvia quando ele esvaziou o conteúdo sobre a mesa: revólveres, granadas, submetralhadoras, vários pentes de munição. Já não dá para sair de casa sem um arsenal resmungou. O seu mau humor era tão óbvio que ela tentou amenizá-lo, puxando conversa. Como foi o seu dia, perguntou.
— Um desastre foi a azeda resposta. — Mais uma vez errei a pontaria. Já é a segunda vez nesta semana.
— Isto é o cansaço -disse ela.
— Você precisa de um repouso. Amanhã você vai ficar em casa, não vai?
— De que jeito? Tenho trabalho.
— Amanhã? No dia de Natal?
— O que é que você quer? É a minha última chance de usar a fantasia de Papai Noel. Tenho de aproveitar.
Suspirou:
— Vida de pistoleiro de aluguel é assim mesmo, mulher. Natal, Ano Novo, essas coisas para nós não existem. Primeiro a obrigação. Depois a celebração.
Ela ficou pensando um instante. — Neste caso –disse-, vamos antecipar a nossa festinha de Natal. Vou lhe dar o seu presente.
Abriu um armário e de lá tirou um caprichado embrulho. Surpreso, o homem o abriu com mãos trêmulas. E aí o seu rosto se iluminou:
— Um colete à prova de balas! Exatamente o que eu queria! Como é que você adivinhou?
— Ora -disse ela, modesta-, afinal de contas eu conheço você há um bocado de tempo.
Ele examinava o colete, maravilhado. E aí notou que ele era todo enfeitado com minúsculos desenhos.
— O que é isto? perguntou intrigado.
Ela explicou: eram pequenas árvores de Natal e desenhos do Papai Noel, trabalho de uma habilidosa bordadeira nordestina:
— Para você lembrar de mim quando estiver trabalhando.
Ele começou a chorar baixinho. Em silêncio, ela o abraçou. Compreendia perfeitamente o que se passava com ele. Ninguém é imune ao espírito natalino.

Texto extraído do jornal “Folha de São Paulo”, São Paulo, edição de 24/12/2001, publicado com o título "Espírito natalino, 2001. Moacyr Scliar, às segundas-feiras, escreve um texto de ficção baseado em notícias publicadas no jornal. Tudo sobre Moacyr Scliar e sua obra no Projeto Releituras. As fotos utilizadas neste post são, respectivamente, de Paraty Turismo e Ecologia, Adriana Mariano e Fal Vitiello de Azevedo.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Crônicas e cronistas

O intervalo entre o final do, na época, primeiro grau e começo do segundo, foi o período em que eu mais li esse tipo de narrativa; curta, por vezes séria, noutras nem tanto, mas sempre dotada da realidade cotidiana que, inclusive, pode vir travestida em algo mais insólito, porém sempre focado. E na tentativa de resgatar esses bons tempos, vou começar a postar algumas dessas crônicas. Primeiro as mais antigas; mais à mão. Grandes autores como Machado de Assis, Rubem Fonseca, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Ignácio de Loyola Brandão, Luis Fernando Veríssimo. Depois, outras mais recentes, porém mescladas sempre a dos grandes caras. Tanto aquelas que se mantiveram atuais, como as que conseguiram representar como ninguém sua época.

E para inaugurar esse conjunto (indeterminado) de postagens, começo com alguém que conheci pessoalmente há bem pouco tempo, numa festa literária promovida pelo Sesc Londrina: Ignácio de Loyola Brandão. Um autor que admiro muito e que, após o encontro -rápido, porém com direito a bate-papo e dedicatória rabiscada no meu já gasto exemplar de Zero (e, melhor, nos seus 35 anos de lançamento)-, acabei renovando os votos e resgatando o interesse por reler sua obra.

Boa leitura e até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

(Foto: fotografa37 on Flickr)

A anã pré-fabricada e seu pai, o ambicioso marretador

Era uma vez uma anã pré-fabricada. Tinha cinqüenta centímetros de altura. Os pais eram pessoas normais. A anã era anã porque desde pequena o pai batia com a marreta na cabeça dela. Ele batia, e dizia: “Diminua, filhinha”. O sonho do pai era ter uma filha que trabalhasse no circo. E se ele conseguisse uma anã, o circo aceitaria.

Assim, a menina não cresceu. Tinha as pernas tortas, a cabeça plana como mesa, os olhos esbugalhados: um globo, com as marretadas, chegara a sair. E deste modo o olho andava dependurado pelos nervos. Com o olho caído, a menina enxergava o chão - e enxergava bem. Por isso, nunca deu topadas.

A menina diminuiu, entrou para a escola, se diplomou. E o pai, esperando que o circo viesse para a cidade. A anã teve poucos namorados em sua vida. Os moços da cidade não gostavam de sua cabeça plana como mesa. Um dos namorados foi um mudo; o outro, um cego.

Com o passar do tempo, o pai ia ensinando à filha anã os truques do circo: andar na corda bamba, atirar facas, equilibrar pratos na ponta de varas, equilibrar bolas, andar sobre roletes, fazer exercícios na barra, pular através de um arco de fogo, cair ao chão (fazendo graça) sem se machucar, ficar de pé no dorso de cavalos.

De vez em quando, o pai emprestava a filha ao padre, por causa da quermesse. Ela substituía o coelho nos jogos de sorteio. Havia uma porção de casinhas dispostas em círculo. Cada casinha tinha um número. A um sinal do quermesseiro, a menina corria e entrava na casinha. Quem tivesse aquele número ganhava a prenda. A anã não gostava da quermesse porque se cansava muito e também porque no dia seguinte ficava triste, com o pessoal que tinha perdido. Eles a seguiam pela rua, gritando: “Aí, baixinha..., por que não entrou no meu número?”

Um dia, o circo chegou à cidade, com lona colorida, um elefante inteirinho rosa, uma onça pintada, palhaços, cartazes e uma trapezista gorda que vivia caindo na rede. O pai mandou fazer para a anã um vestido de cetim vermelho, com cinto verde. Comprou um sapato preto e meias três-quartos. Levou a filha ao circo. Ela mostrou tudo que sabia, mas o diretor disse que faziam aquilo: andavam no arame, na corda bamba, equilibravam coisas, pulavam através de arcos de fogo, andavam no dorso de cavalos. Só havia uma vaga, mas esta ele não queria dar para a menina, porque estava achando a anã muito bonitinha. Mas o pai insistiu e a anã também. Ela estava cansada da vida da cidadezinha, onde o povo só via televisão o tempo inteiro. E o dono do circo disse que o lugar era dela: a anã seria comida pelo leão, porque anda uma falta de carne tremenda. E, assim, no dia seguinte, às seis horas, a menina tomou banho, passou perfume Royal Briar, jantou, colocou seu vestido vermelho, de cinto verde, uma rosa na cabeça e partiu contente para o emprego.

Ignácio de Loyola Brandão
Cabeças de Segunda-Feira

Saraiva | Cultura | FNAC

A foto desta postagem foi tirada por fotografa37.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Patti Smith no Milênio

Dias atrás, o Milênio fez uma bela entrevista com uma lenda viva do punk rock, Patti Smith. Na entrevista concedida a Jorge Pontual, a poetisa e cantora relembra fatos da infância, de sua mudança para Nova Iorque, do relacionamento com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, de quando ambos se mudaram para o icônico Chelsea Hotel -notório por hospedar e servir de morada para diversos escritores, atores e músicos como Bukowski, Ginsberg, Janis Joplin, Iggy Pop, Bob Dylan entre tantos outros-, além, é claro, de sua carreira, influências e do lançamento de seu mais recente livro: Só Garotos. Lançado no país pela Cia. das Letras, trata-se de uma autobiografia que tem como pano de fundo sua história de amor com Mapplethorpe, além da visão apaixonada que a artista tem da contracultura americana. Além da entrevista em si, compartilho também os nove minutos adicionais que a emissora postou mais tarde com detalhes inéditos de sua conversa com Pontual; esta parte, inclusive, até mais saborosa que a primeira. Enjoy!

 

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Milênio com Elizabeth Carvalho, Jorge Pontual, Lucas Mendes e Sílio Boccanera: todas as segundas às 23h30 na Globonews.

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Só Garotos - Patti Smith, Cia. das Letras

Saraiva | Cultura | FNAC

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Assista a mais nove minutos de material inédito da conversa que Patti Smith teve com Jorge Pontual.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Domingo atípico. Sem chuva.

Não que eu não goste de chuva. Pelo contrário. Eu adoro chuva. Adoro tempo nublado. Frio. Quando amanhece com neblina, então, puxa vida, as sombrancelhas começam a subir, a descer, a subir. E o riso, então? Estica a cara barbuda com o pudor mais despudorado que você jamais viu. Orelha a orelha. Agora, para caminhar, chuva complica. O resto, nem tanto, mas chuva sim. E desde que eu retomei minhas caminhadas, há três semanas, eu só me deparei com o quê? Chuva. Chuva e mais chuva e, principalmente, naquele horário. No da disposição camarada. Aquela que vai lhe permitir encarar as calçadas esburacadas, ou não, o trânsito e os escapamentos desregulados, os cachorros que ficam à espreita para lhe pregar uma peça. Mas hoje, não. Hoje foi um dia atípico. Um domingo atípico, considerando o mundaréu de água que tem caído ultimamente. Um domingo daqueles em que a gente acorda inspirado, troca a roupa, põem o tênis e vai pra feira traçar aquele pastel feito na hora com guaraná e, de quebra, trazer a massa que vai lhe garantir o colesterol e a desculpa pra encarar, de novo, a rotina. Boa rotina. Aliás, seguem as fotos da minha última, de domingo:

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Via-Expressa Vila Brasil - Dom Quixote

Uma das primeiras vistas que tenho do trajeto é a da av. Dez de Dezembro. Esta via-expressa, vista de cima do pontilhão da Vila Brasil, foi construída por dois grandes caras: José Richa, pai do atual governador Beto Richa, e Wilson Moreira que, na época, era seu secretário de obras; grandes prefeitos. A segunda é de um lugar que eu sempre passo, nunca fui, mas qualquer dia paro: o Don Quijote. Uma petiscaria simpática, agradável mesmo, que fica na R. Bolívia, ainda na Vila Brasil, e é frequentada por gente interessante que curte frutos do mar e cerveja gelada. Uma das pessoas que volta e meia eu vejo por ali é o nosso ex-secretário de cultura, Bernardo Pellegrini, músico e parceiro nas letras de gente como Mário Bortolotto, Rodrigo Garcia Lopes, Mauricio Arruda Mendonça, Ademir Assunção e Domingos Pellegrini. (Fotos: mp.ramos)

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Grafite [1] Grafite [2] Grafite [3] 

Um pouco mais acima, saindo da Vila Brasil, me deparo com o primeiro dos três grafites que encontro pelo caminho. O primeiro deles, na esquina das av. Duque de Caxias e Bandeirantes. Os outros dois, no Cemitério São Pedro, no centro; o muro, hoje desfigurado por um lilás aguado que só não perde em feiúra para o cinza do Kassab, lá em São Paulo, já foi inteiramente ocupado por grafites que, inclusive, eram resultado de um belo trabalho social realizado pela prefeitura. Hoje, não mais, salvo esses dois, dos grafiteiros Hugo e Carão. (Fotos: mp.ramos)

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Feira - Centro [3]  Feira - Centro [4]  Feira - Centro [5]

Esta é uma das feiras-livres mais tradicionais da cidade. Acontece às quintas e domingos pela manhã na av. São Paulo, defronte ao portão do Cemitério São Pedro. Desde criança, sempre que posso, dou uma passadinha por ali pra comer um pastel e tomar um refrigerante. Dia de finados, é de lei. Pra quem curte mercados municipais. (Fotos: mp.ramos)

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Feira - Centro [1] - Pastel do Jorge [A] Feira - Centro [2] - Pastel do Jorge [B]

O Pastel do Jorge sempre foi parada obrigatória de muitos baladeiros prestes a voltar pra casa, aos domingos. Normalmente muito bom, desta vez eu não curti duas coisas: o recheio (apesar da massa continuar ótima) e o atendimento. Tive que insistir muito para que me olhassem na cara para que eu pudesse fazer o pedido (detalhe: não estava lotado), depois para que me cobrassem e, pior, para que me dessem uma mísera d’uma sacola pra que eu pudesse levar pra casa a massa que eu tinha comprado. Aliás, de tão fina, ela foi rasgando, rasgando, e faltando uns trezentos metros pra eu chegar em casa, eis que ela, finalmente, alcança o seu intento: furar o último pedaço intacto da sacola e saltar de boca ao chão. Pra não dizer que o atendente não foi minimamente simpático, depois que ele, finalmente, me entregou a sacola, o bom senso o fez me desejar um bom domingo. Bom… Pelo menos. (Fotos: mp.ramos)

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Santuário de Schoenstatt - Colégio Mãe de Deus [1] Santuário de Schoenstatt - Colégio Mãe de Deus [2]

Na sequência, caminhei um pouco mais pela feira e fui parar no Santuário de Schoenstatt, que eu percebi aberto. Como eu tenho uma foto ainda bebê naquele jardim, sempre mantive um certo carinho pelo lugar. Ele fica bem no centro da cidade, nos fundos do Colégio Mãe de Deus, ou seja, uma quadra acima do término da feira e uma abaixo do Bosque. O jardim do santuário é bem cuidado e tranquilo. Ótimo pra descansar e ler um pouco. A capela, na ocasião, estava fechada. (Fotos: mp.ramos)

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Zerão [2] - Anfiteatro [B]    Zerão [3] - Córrego

Zerão [4] - Bosque [A]    Zerão [5] - Bosque [B]

Saindo dali, rumei para o Zerão, local de prática de esportes aqui da cidade e atividades culturais ao ar livre. Construído na gestão de Dalton Paranaguá (1969-1973), um grande prefeito que a cidade teve, ele é composto por um anfiteatro [foto 1] e um circuito oval de cerca de 1 km de extensão, normalmente utilizado para caminhadas, corridas e ciclismo; no seu interior, existem quadras de esportes, gramado extenso, além de um bosque e um córrego que o liga ao Lago Igapó [fotos 2, 3 e 4]; ao redor, ficm alguns aparelhos de ginástica, academias, bares, vendedores de água de côco e caldo de cana, além de repúblicas e residências. Qualquer dia eu mostro melhor o lugar. (Fotos: mp.ramos)

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Igapó [1.a] Igapó [1] Igapó [2]

Este aqui é o caminho que liga o Zerão ao Igapó. Do lado esquerdo temos um bosque e, do direito, o Iate Clube de Londrina, separado por enormes bambuzais e um canal [fotos 1 e 3], normalmente, repleto de gansos. Aliás, cuidado com eles. Temperamentais, eles podem não ir com a sua cara e partirem para o ataque. Como quase fizeram comigo. (Fotos: mp.ramos)

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Igapó [3]    Igapó [5]

Igapó [6]    Igapó [8]

Igapó [9]    Igapó [10]

 Estas aqui vêm logo na sequência do trajeto. O Igapó, um lago artificial inaugurado em 10 de dezembro de 1959, em comemoração ao Jubileu de Prata da cidade, foi construído por Antônio Sobrinho -prefeito na ocasião- na tentativa de solucionar sérios problemas de drenagem que afetavam a área. Dalton Paranaguá (1969-1973), o mesmo que construiu o Zerão, foi o responsável pela revitalização que, aos poucos, foi transformando o lago naquilo que ele é hoje. Outro prefeito que interferiu positivamente no local foi Luiz Eduardo Cheida. Já em final de mandato, em 1996, ele esvaziou o lago, o limpou e revitalizou suas margens. Além disto, acrescentou ciclovia, anfiteatro, jardins e chafariz. Recomendo o passeio. (Fotos: mp.ramos)

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Chácara

E, finalmente, esta daqui, à esquerda, fica quase no final do trajeto. Mais exatamente, nos fundos do Muffato da Dq. de Caxias. Londrina ainda possui várias destas “fazendinhas” espalhadas em áreas não muito distantes do centro que, aliás, dão à ela um aspecto pitoresco de cidadezinha do interior. Bom… Não que não seja.

Ah, sim… Foi a uns duzentos metros daqui que a massa que eu comprei no Pastel do Jorge caiu, vítima de uma sacolinha em vias de decomposição. Sacanagem.

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Em suma, é isto. O dia amanheceu agradável como há muito não se via e eu resolvi sair por aí, caminhando e tirando fotos. Aliás, sempre que o clima permitir, o trajeto for agradável e, é claro, eu tiver disposição, eu tiro algumas fotos pra compartilhar com vocês aqui no blog.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]