segunda-feira, 21 de março de 2011

De volta com o Starte: Lichtenstein, Rockwell e Escher

Sandra Coutinho visita as exposições de Lichtenstein e Rockwell, nos EUA, e Mônica Carvalho a do artista gráfico holandês M. C. Escher, no Brasil. Com vocês, mais um episódio do Starte.

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Starte com Bianca Ramoneda e Elisabete Pacheco: todas as terças às 23h30 na Globonews.

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Bratatat! - 1962 (Foto: Divulgação) The Black and White Drawings - 1961-1968 (Foto: Divulgação) Keds - 1962 (Foto: Divulgação)

Roy Lichtenstein: The Black and White Drawings (1961-1968) no The Morgan Library and Museum, em Nova Iorque. Da esquerda para a direita: Bratatat! (1962); capa da publicação em que constam as obras apresentadas na mostra (2010); e Keds (1962).

Detalhe interessante: reparem nos pontos no rosto da mulher, algo bastante comum nos desenhos de Lichteinsten. Segundo a curadora da mostra, Isabelle Dervaux, eles exprimiam seu desejo de aproximar cada vez mais seu trabalho do estilo encontrado nas imagens comerciais da época, uma das inspirações da Pop Art, a qual é um dos precursores. Para obter esse resultado, o artista experimentou diversas técnicas e instrumentos até conseguir reproduzi-los com perfeição industrial, porém, o mais importante (e o mais interessante também), sempre através da prática manual.

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Norman Rockwell's "The Dugout" - 1948

Norman Rockwell: Behind the Camera no Brooklyn Museum, em Nova Iorque. Da esquerda para a direita: The Tattoo Artist (1944), New Kids in the Neighborhood (1967) -reparem em como o artista se utiliza das fotografias para, depois, compor suas telas- e The Dugout (1948).

Detalhe interessante: Para dar maior espontaneidade e realismo aos trabalhos, Rockwell fazia intenso uso da máquina fotográfica no processo de composição de suas telas. Segundo a curadora da exposição, Sharon Matt Atkins, ele fazia o que fosse necessário -dentro de certos limites, obviamente- para obter de seus modelos -que podiam ser desde animais e crianças a adultos e idosos-, a expressão e os trejeitos exatos que, mais tarde, gostaria de ver traspostos para as telas.

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Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi)  "O Olho" - Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi) "Infinito" - Escher no CCBB/RJ (Foto: Marcos Muzi)

O Mundo Mágico de M. C. Escher no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no Rio de Janeiro. Da esquerda para a direita: prédio do CCBB, local da exposição, e as obras O Olho (1946) e Infinito. (Fotos: Marcos Muzi)

Detalhe interessante: as negociações para a vinda das obras de Escher para o Brasil durou cerca de cinco anos. Terminada sua passagem por aqui, elas deverão ficar quatro anos longe do alcance dos olhos de seus admiradores de outros países; um cuidado, aliás, para a preservação do acervo. Portanto, aproveitem. A exposição ainda segue no Rio até o próximo domingo, dia 27 de março.

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Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sábado, 19 de março de 2011

De volta ao eletrônico

Deixando de lado a cadência arrastada e sombria da penúltima postagem, volto agora minha atenção para o espírito explosivo e anárquico do Crystal Castles e do Kap Bambino. Duas duplas que não se fazem de rogadas na hora de usar seus sintetizadores, distorções e manipulações vocais para mostrar a que vieram.

Crystal Castles (Foto: Divulgação) Crystal Castles - Crystal Castles II (Foto: Divulgação) Crystal Castles (Foto: David Waldman - KWC)

Crystal Castles

Crystal Castles : Crystal Castles II (2010 : Electroclash/8-bit)

Ouça: http://is.gd/AUDawO Baixe: http://is.gd/UuZo1P [por SoundGum]

A princípio, este duo canadense criado no finalzinho de 2003 por Ethan Kath e Alice Glass, não ficaria marcado apenas pela qualidade do primeiro álbum, mas também por apresentações pífias e fatos polêmicos ligados, se não estou enganado, à ilegalidade de certos samples e imagens que eles andaram utilizando. Superados, no entanto, os problemas iniciais e também as dúvidas sobre se eles conseguiriam ou não igualar -ou mesmo superar- os resultados obtidos com o primeiro trabalho, eis que eles surgiriam com este segundo álbum -mais bem produzido e mais coeso que o anterior- fato que acabou lhes rendendo, inclusive, uma parceria tardia com ninguém menos que Robert Smith, o icônico líder do The Cure, em Not in Love.

Ainda marcado por uma profusão de distorções, samples enlouquecidos, muita gritaria e, agora, em menor escala, pela base 8-bit das composições (estas, criadas a partir de consoles de videogames com chips de 8 bits como os velhos Atari, SNES e Mega Drive), ele também apresenta um lado menos barulhento, mais delicado e, portanto, mais acessível; caso, por exemplo, de Celestica, Suffocation e da própria Not in Love (aqui, sem a presença de Smith). Bom… De qualquer forma, um excelente álbum. Minhas favoritas: Fainting Spells, Doe Deer, Year of Silence, Empathy, Birds e I Am Made of Chalk.

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Doe Deer, uma das minhas favoritas, porém em vídeo não-oficial.

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Crystal Castles em passagem por um club de Santiago (Chile) em setembro passado.

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Kap Bambino (Foto: Pia Nøtt).Kap Bambino - Blacklist (Foto: Divulgação) Kap Bambino (Foto: David Richardson)

Kap Bambino

Kap Bambino : Blacklist (2009: Electroclash/8-bit)

Ouça: http://is.gd/j2kdqJ Baixe: http://is.gd/JPuLLk [por MusicNes]

Formado em 2001 por Orion Bouvier e Caroline Martial em Bordeaux -cidade francesa conhecida no mundo todo por suas prestigiosas vinícolas-, o Kap Bambino é um duo que também pode ser caracterizado pelos vocais ferozes e pela postura de palco agressiva também compartilhada pelo Castles, mas eu diria que um pouco mais suja e eletrizante -o que, particularmente, me agrada muito. Donos do próprio selo, o Wwilko, e ambos detentores de projetos paralelos -ela com o Khima France e ele com o Groupgris- a banda já foi destaque em diversas publicações especializadas como Dazed and Confused, Another Magazine e também na NME que, inclusive, apontou seu primeiro álbum, Zero Life Night Vision, como o equivalente eletrônico de nada menos -vejam vocês- que The Queen Is Dead, dos Smiths. Pois é… Aliás, como de costume, seguem minhas favoritas: Dead Lazers, Lezard, Red Sign, Razozero e Batcaves. Enjoy!

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Red Sign, a primeira faixa que me pegou de jeito no álbum.

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Batcaves em vídeo ágil, porém com o espírito remanescente do meu penúltimo post.

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No mais, é isso. Nos próximos posts -não necessariamente na sequência-, mais resenhas de coisas legais que eu tenho ouvido ultimamente. Atuais ou nem tanto.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sexta-feira, 18 de março de 2011

Filmaços em 30 Segundos: Bunnies vs. Sharman

Mais um filmaço contado pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um musical da época em que o politicamente incorreto ainda não figurava como algo tão… marginal. Ou figurava? The Rocky Horror Picture Show, de Jim Sharman.

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The Rocky Horror Picture Show (The Rock Horror Picture Show); Lançamento: 1975 (Inglaterra); Direção: Jim Sharman; Elenco: Tim Curry, Susan Sarandon, Barry Bostwick, Richard O'Brien. Duração: 100 min; Gênero: Musical.

Casal de jovens pega a estrada para visitar um antigo professor dos tempos da faculdade para agradecê-lo por tê-los apresentado e convidá-lo para o casamento. No meio do caminho, entretanto, eis que um pneu fura bem no meio de uma tempestade, e eles são obrigados a pedir ajuda num estranho castelo habitado por um cientista louco -e vejam vocês, travesti- e um bando de indivíduos igualmente excêntricos e desajustados. O engraçado é que, justo nesse dia, o tal cientista louco, o Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry), estava prestes a dar vida à sua mais nova criação: um ser humano artificial que, ao contrário de seu primo shelliano, viria ao mundo para satisfazer, digamos, interesses um tanto quanto… especiais de seu insuspeitado progenitor. Ou seja, nada mais estimulante do que ter a presença de estranhos na ocasião -principalmente, de jovens e bonitos estranhos (Susan Sarandon e Barry Bostwick)-, que além de poderem presenciar todo seu brilhantismo como cientista, poderiam, quem sabe, não se mostrar páreos o suficiente para o seu extraordinário poder de sedução. Agora, não pensem que nada além disso vai acontecer durante a história. Revelações bizarras vão permear todo o longa que, inclusive, vai culminar num final, digamos, inusitado; inusitado, mesmo.

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The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação) The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação) The Rocky Horror Picture Show (Foto: Divulgação)

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Fracasso de público na Inglaterra assim que foi lançado (e também no Brasil, cinco anos mais tarde), o filme começou a ganhar status de cult quando, em Nova Iorque, um grupo de aficcionados convenceu um cinema a passá-lo durante animadas sessões da meia-noite onde a plateia passou a se vestir tal qual as personagens, entoar a trilha sonora e até acompanhar suas falas. Outro fato interessante é que havia outro postulante ao papel de Frank-n-Furter; no caso, sir Mick Jagger, líder dos Rolling Stones. Porém, nem este conseguiu ser páreo o suficiente para o talento incontestável e hilariante de Tim Curry. Sério, não deixem de assisti-lo.

Trailer Oficial

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

terça-feira, 15 de março de 2011

Saindo das sombras

Prosseguindo na busca por coisas novas e interessantes que possam dar uma arejada na minha já empoeirada biblioteca de mídia, encontrei mais alguns álbuns que, ao contrário do penúltimo post, já não precisaram mais ser ouvidos a partir de lugares alheios ao meu próprio HD; este, aliás, devidamente otimizado e, pelo que tudo indica, bastante satisfeito com a leva de novos sons que, paulatinamente, têm ocupado os lugares tornados vazios pela faxina. Só que se antes a primazia vinha dos improvisos, da sofisticação dos arranjos ou mesmo do experimentalismo ou do funkeado das execuções, a desta nova postagem prima, justamente, pelo aspecto sujo, sombrio e carregado de um gênero que, dia a dia, tem conseguido atingir -e, mais importante, influenciar- um público cada vez mais distante do que seria natural esperar. Confira:

Salem (Foto: Divulgação) Salem - King Night (Foto: Divulgação) Salem (Foto: Divulgação)

Salem : King Night (2010 : Drag/Witch House/Spookycore)

Ouça: http://is.gd/39pNKQ Baixe: http://is.gd/LtOnJl [por New Album Releases]

A atmosfera deste álbum é carregada, soturna e claustrofóbica em sua essência, mas também etérea e melancólica em alguns momentos. No entanto, para quem não está habituado a nada que, mesmo de leve, se assemelhe ao gênero, pode, sim, se sentir um tanto quanto incomodado não só com as músicas, mas também com os vídeos -vários deles de aspecto sujo e amador, o que acaba acentuando o aspecto sinistro que pode (ou não) incomodar quem os assiste. Baseado em Traverse City, uma pequena cidade situada no estado do Michigan, nos Estados Unidos, o trio -já considerado um ícone do gênero- é composto por John Holland, Heather Marlatt e Jack Donoghue. Do álbum, eu destaco quatro ótimas faixas: King Night, Asia, Release da Boar e Trapdoor. E aí? Vai encarar?

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Asia, uma das músicas que eu mais gosto e dona de um dos vídeos mais trash também.

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King Nigth, assim como o anterior, incômodo para alguns.

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oOoOO (Foto: Divulgação) oOoOO - oOoOO (Foto: Divulgação) oOoOO (Foto: Divulgação)

oOoOO : oOoOO EP (2010 : Drag/Witch House/Spookycore)

Ouça: http://is.gd/lYRJ2L Baixe: http://is.gd/CwFC2l [por Last Grooves]

Projeto solo do também norte-americano Christopher Greenspan, este EP também é marcado por uma atmosfera densa e por vezes sombria, mas ao contrário de seu antecessor aqui no post, ele vem permeado por vozes doces, femininas, fato que acaba tornando-o muito menos sinistro e, por consequência, bem mais facilmente digerível por aqueles ainda não habituados ao estilo. Na minha opinião, Mumbai e Burnout Eyess são as melhores do EP; a primeira, aliás, a melhor das duas.

Ah, sim… Quanto ao nome. Também não faço a menor ideia de como se pronuncia.

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Mumbai, na minha opinião, a melhor do EP.

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No Shore, novo single do, aparentemente, impronunciável oOoOO.

No próximo post (do gênero), sigo ainda nesta linha, mas de uma forma, digamos, um pouco mais amena.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

quarta-feira, 9 de março de 2011

Filmaços em 30 segundos: Bunnies vs. Friedkin

Conforme prometido, mais filmaços contados pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um dos filmes mais aterrorizantes de todos os tempos: O Exorcista, de William Friedkin.

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O Exorcista (The Exorcist); Lançamento: 1973 (EUA); Direção: William Friedkin; Elenco: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Linda Blair, Lee J. Coob, Kitty Win. Duração: 123 min; Gênero: Terror.

Este filme eu só assisti uma vez e há muito tempo. Como eu não era bobo de assisti-lo à noite, principalmente naquela época, lembro que eu preferi vê-lo numa tarde, enquanto cuidava da casa de um vizinho que viajava. Mas mesmo assim, apesar de toda a cautela, confesso que acabei ficando com o sono comprometido durante uns bons dias. Aliás, fica aí a pergunta: e hoje? Será que ele seria capaz de causar o mesmo estrago de tantos anos atrás? Bom… Segue a sinopse que eu extraí do WebCine. Ipsis Litteris.

Sinopse: “Numa pacata casa em Georgetown, Washington, uma menina de 12 anos chamada Regan (Linda Blair), começa a ter uma série de comportamentos estranhos. Sua mãe (Ellen Burstyn) pede ajuda aos melhores psiquiatras do estado para descobrir o problema da filha. Os médicos diagnosticam como uma espécie rara de esquizofrenia, mas aparentemente não há nada de errado com a saúde da menina. O estado de Regan piora: começa a sofrer convulsões sobrenaturais e alterações na voz, tornando-se cada vez mais agressiva. Os próprios psiquiatras acabam lavando as mãos e recomendam à menina uma consulta com um padre. Nessa altura, Regan já afirma ser o demônio em pessoa. Fenômenos bizarros ocorrem na casa e um exorcista é chamado às pressas para tirar o diabo do corpo da menina. E aí que começa o pesadelo.”

Trailer oficial

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sábado, 5 de março de 2011

Coisas que ouvi, mas que ainda não pude baixar

Não que me falte bons álbuns para ouvir, mas é que chega uma hora, clássica, que, pôxa vida, por mais que sejam bons, por mais que sejam legais, não rola mais ouvir. Bom, pelo menos, não por algum tempo. Mas aí é que está. Tendo em vista que meu HD anda um tanto quanto combalido desde um fatídico dia de tempestade que o andou transformando num esforçado meia-bomba, eis que tenho sido obrigado a me segurar nas audições monofônicas e de repertório limitado de sites chapa branca, em blogs diletantes ou àquilo que as bandas nos permitem ouvir em seus próprios sites sem, no entanto -vejam só, que judiação-, poder baixá-los para este cansado desktop -o que, diga-se de passagem, é tremendamente frustrante, vocês hão de convir. Pois é… Mas, limitadores apresentados, lamúrias divididas, aproveito também para compartilhar algumas das impressões que tive de alguns desses álbuns que, tão logo arrume espaço no HD, vão ter cadeira cativa aqui no meu desktop. Ei-las:

Charles Mingus (Foto: Divulgação)  Charles Mingus (Foto: Divulgação)

Charles Mingus : Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus (1956 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/aTFKCl Baixe: http://is.gd/V2xmHk [por avaxhome.ws]

Mingus, um dos pouquíssimos compositores com talento o suficiente para poder ser comparado ao mestre Duke Elington, é um dos caras que eu mais gosto dentre uma constelação de gênios como, só para citar alguns, Thelonious Monk, John Coltrane e Eric Dolphy. Quanto ao álbum, sensual em alguns momentos e brilhante como sempre, só tive conhecimento de sua existência há bem pouco tempo, ouvindo o Sonora. Eu até pensei em indicar aqui as minhas favoritas, mas ao ouvi-lo novamente, percebi que só deixaria uma de fora, ou seja, um bom motivo para que baixem e escolham vocês mesmos suas preferidas. Ah, sim… E deste fantástico contrabaixista -aliás, o maior de todos na história do jazz-, eu indico (com veemência) outras três obras-primas: Pithecanthropus Erectus, um dos influenciadores do free jazz; o fantástico Mingus Ah Um, com as ótimas Goodbye Pork Pie Hat, Boogie Stop Shuffle, Self-Portrait in Tree Colors, Pedal Point Blues e sua militante e extremamente ácida -se bem que aqui, instrumental- Fables of Faubus; e, finalmente, um dos meus preferidos, The Black Saint and The Sinner Lady, destes, o mais experimental. E na sequência, um tremendo de um curinga pra vocês.

Meditation on Integration (part one) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

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Meditation on Integration (part two) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

 

Esperanza Spalding : Chamber Music Society (2010 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/r8BGTW 

Baixe: http://is.gd/DFe5TW [part 1] http://is.gd/OyoEu1 [part 2] [por DupeDB]

Desde que foi escalada para tocar no Tim Festival, em 2008, ela foi me chamando a atenção em partes. Primeiro pelo nome, Esperanza Spalding, que pra mim soava ao mesmo tempo peculiar, mas de alguma forma promissor. Em seguida, pela aparência; charmosa nos trejeitos, na maneira de vestir, e de um tipo de beleza que muito me agrada. E, finalmente, é claro, pelo talento. No entanto, vejam só, reconhecido no mesmo instante em que botei pela primeira vez seu álbum para tocar, o excelente Esperanza, de 2008, com achados como She Got To You, Mela, If That’s True, com suas estruturas ritmicas sofisticadas e cheias de pegada, além de duas brasileiras que abrem e fecham o álbum -olha que moral-, Ponta de Areia, do grande Milton Nascimento, e Samba em Prelúdio, dos inesquecíveis Vinícius de Moraes e Baden Powell; ambas, vejam só, cantadas em português.

Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação)

Já em relação ao Chamber Music Society, a compositora -de oito das onze músicas do álbum- vem acompanhada dos tradicionais piano e bateria, mas também de um quarteto de cordas que acabou conferindo ao álbum um ar mais sofisticado e intimista, sem no entanto sufocar momentos de maior efusividade no seu desenrolar. As músicas que mais me chamaram atenção até o momento são a linda e suave Little Fly, que abre o álbum; Chacarera, ótima composição do pianista Leo Genovese; Apple Blossom, um bonito dueto com Milton Nascimento; Inútil Passagem, de Tom Jobim, onde, mais uma vez, ela põem à prova seu português; e, por último, a nem tão curta, mas ainda sim doce, Short and Sweet. O único ponto negativo, a meu ver, foi o excesso de vocalises; ótimos em diversos momentos, um tanto excessivos em outros, mas incapazes de conseguir tirar o brilho do álbum. Recomendo.

She Got To Yo no Tim Festival 2008 - Esperanza (2008)

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Little Fly - Music Chamber Society (2010)

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The Apples (Foto: Divulgação)

The Apples : Kings (2010 : Fusion)

Ouça: http://is.gd/EPUMYi Baixe: http://is.gd/O8Q8YY [por BlogDONirso]

E, finalmente, este daqui, descoberto por acaso num tweet da Monique Maion dirigido à Reverbcity. A sugestão, no caso, era um cover sensacional do Rage Against the Machine feito por uma banda israelense, vejam vocês, cheia de groove e altamente dançante, composta por baixo acústico, bateria e um combo de metais porrada que junto a dois DJs, mescla funk, soul, rap, rock e jazz a scratches que, ao vivo, acaba corrompendo até o mais travado dos indivíduos. Apesar do tal cover não constar deste álbum, recomendo muito o download. Sério mesmo.

Killing (Kiling In The Name Of - by RATM) - The Power (EP - 2009)

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No mais, é isso. Nos próximos posts -não exatamente na sequência-, mais coisas que ouvi, mas que por conta de um HD bichado por causa de uma chuva mais arisca, ainda não pude baixar.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

sexta-feira, 4 de março de 2011

Filmaços em 30 segundos: Bunnies vs. Kubrick

Conforme prometido, mais filmaços contados pelos coelhos amalucados de Jennifer Shiman. Desta vez, um clássico do terror: O Iluminado, de Stanley Kubrick.

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O Iluminado (The Shining); Lançamento: 1980 (EUA); Direção: Stanley Kubrick; Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers. Duração: 144 min; Gênero: Terror.

Jack Torrance (Jack Nicholson) é um homem com formação universitária que se candidata a um emprego aparentemente inferior à sua capacitação: tomar conta de um grande hotel localizado numa região montanhosa dos EUA que, por conta da neve, fecha durante o inverno, e o deixa praticamente isolado do resto do mundo. No entanto, ao contário do que pode parecer a princípio, a função de zelador acaba mostrando-se conveniente ao protagonista, pois vindo de fracassos na carreira, ele pretende se aproveitar da reclusão para escrever um livro. Porém, pouco tempo depois de sua mudança com a esposa (Shelley Duvall) e o filho (Danny Lloyd) para o hotel, acontecimentos inexplicáveis passam a se suceder com a família. Jack vai se tornando cada vez mais agressivo e perigoso. O filho passa a ter visões bizarras ligadas, de alguma forma, ao passado do local; este, aliás, marcado por acontecimentos trágicos. Já sua esposa, também intimidada pelas circunstâncias, acaba sofrendo por ambos os fatos, sendo inclusive, vitimada por uma perseguição implacável à certa altura do filme.

Marcado por um horror, principalmente, psicológico, a obra está aberta a interpretações, ou seja, os estranhos eventos podem ser atribuídos tanto à presença de forças sobrenaturais presentes no local -algo típico das histórias de Stephen King, na qual o filme é baseado-, como à loucura que vai gradativamente se apossando do personagem. Ou ambos. Fato curioso é que, assim como em Laranja Mecânica, outro clássico de Stanley Kubrick baseado em livro homônimo de Anthony Burgess, o filme também sofreu alterações significativas que acabaram deixando seu autor desgostoso. Incomodado com o fato, King autorizaria mais tarde uma readaptação do livro, só que desta vez mais fiel ao conteúdo, para a TV e por outro diretor; o que, segundo alguns, acabou não agradando nem ao público, nem à crítica.

De qualquer forma, a magistral atmosfera criada por Kubrick e os efeitos que ela gera no expectador, aliados a quatro cenas ímpares, já valeriam o filme: primeiro, a de Danny percorrendo os corredores sinistros do hotel com seu triciclo e se deparando com duas bizarras irmãs gêmeas; depois, dele enlouquecido e gritando redrum no quarto junto à sua mãe, atônita; mais adiante, a marcante cena de Jack tentando abrir a porta do quarto em que está a esposa a machadadas -ambos, aliás, com olhares tenebrosos: um psicótico; o outro, tomado por um terror extremo, quase doentio; e, finalmente, a do lobby do hotel sendo tomado por uma torrente sanguinolenta que o inunda. Sensacionais. Ou seja… Azar do Stephen King se não gostou.

Adaptado do WebCine.

Trailer oficial

Livro

Saraiva | Cultura | FNAC

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.Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]