terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Alice no País das Maravilhas

Enquanto eu não apronto o post sobre os mercadões aqui de Londrina, segue um novo episódio do Starte, programa apresentado por Bianca Ramoneda pelo canal Globonews que, desta vez, traz um especial sobre um dos clássicos mais conhecidos da literatura mundial (e supostamente infantil, já que não apenas flerta com o imaginário das crianças, como também com o de qualquer um que se debruce sobre suas páginas e tudo mais que tenha sido influenciado por elas). Alice no País das Maravilhas (Alice’s Adventures in Wonderland) e Através do Espelho (Through the Looking-Glass) foram escritas em 1865 e 1871, respectivamente, pelo autor inglês Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll (1832-1898).

Personagens de Alice no País das Maravilhas, o mais novo trabalho de Tim Burton para o cinema. (Foto: Reprodução)

Neste programa conheceremos a exposição “Um Mundo sem Medidas” em cartaz até 31 de janeiro no MAC (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo), onde um grupo de artistas de vanguarda franceses a tomam como inspiração. Veremos ainda uma entrevista com o historiador Nicolau Sevcenko sobre sua nova tradução do livro no Brasil lançada recentemente pela editora Cosac Naify e que conta com o magnífico trabalho gráfico do artista plástico Luiz Zerbini. E para finalizar vamos conhecer  as versões feitas para o cinema, com destaque para a do cineasta norte-americano Tim Burton, cujo lançamento no Brasil está previsto para abril deste ano. No elenco, ele conta com as presenças de Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e Mia Wasikowska -como Alice. Assistam:

Starte com Bianca Ramoneda e Elisabete Pacheco: todas as terças às 23h30 na Globonews.

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Saiba mais:

Lewis Carroll e Alice Liddel, a inspiração para a personagem Alice. (Foto: Reprodução - Revista Época)

 

“O autor, Charles Lutwidge Dodgson, conhecido como Lewis Carroll (1832-1898), era reverendo e professor de matemática em Christ Church, futura Universidade de Oxford. Lá, tornou-se muito próximo das filhas do deão Liddel, principalmente de Alice. A partir de uma história contada às meninas Liddel quando Alice tinha quatro anos, Carroll escreveu Alice no País das Maravilhas, em que a menina protagonista segue o Coelho Branco, cai no País das Maravilhas e conhece os mais variados e estranhos personagens. (…) Carroll, apaixonado por crianças, elaborou as duas narativas como um contraponto fantasioso às histórias edificantes e moralistas que eram lidas para os pequenos súditos da Inglaterra vitoriana.” (Fonte: L&PM Editores)

 

O livro pode ser encontrado em várias edições aqui no Brasil, das quais destaco as que considero as melhores:

 

Alice no País das Maravilhas (edições de colecionador e normal, respectivamente – tradução de Nicolau Sevcenko com ilustrações de Luiz Zerbini) - Cosac Naify

Saraiva | Cultura

 

Lewis Carroll: Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que Alice Encontrou lá (tradução de Sebastião Uchoa Leite) - Summus Editorial

Summus | Folha | Cultura

 

Alice - Edição Comentada: Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho (tradução de Maria Luiza Borges com ilustrações de John Tenniel) - Jorge Zahar Editor

Cultura | Jorge Zahar

 

Alice no País das Maravilhas* (tradução de Rosaura Eichenberg com ilustrações de John Tenniel) – L&PM

* Apesar desta edição vir na versão pocket, ou seja, de bolso, ela permanece com o texto integral.

Saraiva | Cultura

 

Alice no País do Espelho* (tradução de William Lagos com ilustrações de John Tenniel) - L&PM

* Versão Pocket - Texto integral - Este livro é a continuação de Alice no País das Maravilhas.

Saraiva | Cultura

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Música com sanduíche de mortadela

Minha última passagem por São Paulo, como não podia deixar de ser, foi fantástica em alguns aspectos, frustrante em outros. Fantástica, pois numa mesma noite assisti a dois shows sensacionais que eu já havia perdido em 2005, no Claro que é Rock, e que pensei que jamais teria a oportunidade de vê-los juntos novamente -ao menos, não no Brasil: Sonic Youth e o lendário Iggy and the Stooges.

Ah, claro! Tiveram outros -afinal de contas, era um festival. E alguns muito bons como no caso dos brasileiros EX! (SP), Macaco Bong (MT) e Móveis Coloniais de Acaju (DF) -que, diga-se de passagem, eu perdi por ter não ter conseguido chegar a tempo no Playcenter, local dos shows-; dos britânicos Primal Scream -mornos na ocasião-, Maxïmo Park e Patrick Wolf; do mezzo brasileiro N.A.S.A. e dos DJs Anthony Rother (Alemanha) e Etienne de Crécy (França).

Kim Gordon (Sonic Youth) rodopiando no palco: entusiasmo de adolescente (Foto: Reinaldo Marques - Terra)

Mas nada que rivalizasse com os dois -e mais um terceiro que vocês logo saberão qual é- que nos proporcionaram momentos antológicos como o tombo -ou o quase-tombo da onde eu estava- da Kim Gordon no palco, desequilibrada pelos rodopios infantis -e alucinados- de quem estava satisfeita por estar onde estava; a invasão de um centena de fãs ensandecidos a pedido de um Iguana igualmente insano que do alto dos seus 62 anos, com sua lordose a tiracolo e seu saracoteio tradicional, viu mais tarde serem expulsos com truculência pelos seguranças que não pouparam sequer os fotógrafos que, assim como eles, estavam ali a trabalho; ou ainda sua já famosa bunda de fora ao final do show com a sensacional Lust for Life (ouça abaixo – 4’40) que os menos desavisados devem conhecer da trilha de Trainspotting.

Fãs atendendo ao pedido de um “solitário” Iggy Pop no palco: “I’m alone” - reparem que eu apareço bem no meio da gravação (Vídeo: CWDB)

E ainda houve tempo para uma segunda invasão -igualmente animada, porém desta vez pacífica-, e justamente no palco da tal terceira opção mencionada a pouco, o N.A.S.A. (North America South America), grupo formado pelo produtor Sam Spiegel -irmão do cineasta norte-americano Spike Jonze- e pelo ex-Planet Hemp DJ Zegon. O show, com seus samplers, robôs e alienígenas b.boys, acabou superando minhas expectativas e, juntamente com Iggy e seus “patetas” e o Sonic Youth, figurou entre os pontos altos do festival -dos que eu pude conferir, obviamente. Isto sem contar o próprio Playcenter, com seus brinquedos liberados, sua bem estruturada praça de alimentação e suas grandes filas molhadas pela chuva -às vezes fina, noutras nem tanto- que insistiu em cair durante boa parte do festival.

Assista com ou sem legendas.

Terminado o festival -não antes de andar em pelo menos dois dos brinquedos-, nos juntamos, pegamos um táxi e voltamos ao hotel que ficava quase encostado ao Playcenter. Pegamos um taxista com cara de poucos amigos -talvez por conta do valor da corrida, inexpressivo pela distância- e fomos embora. Cheguei, empacotei, mas não antes de ajustar o despertador do celular para me acordar algumas poucas horas mais tarde -umas duas ou três mais ou menos. Afinal, um sanduíche de mortadela me aguardava ansioso no mercadão.

Qualquer semelhança com o Teatro Municipal não é mera coincidência. O escritório Francisco Ramos de Azevedo, responsável pela construção do mercadão, também assinou o projeto do teatro. (Fonte: Reprodução - NossaCozinha)

E é justamente aí que reside a minha frustração. Pois apesar dos shows memoráveis, do parque de diversões, das companhias agradáveis e da minha quase-invasão de palco no show dos Stooges -já que eu apenas pulei a grade e fiquei no fosso junto aos fotógrafos, visto que, naquela altura, os seguranças já estavam distribuindo sopapos em quem quer que se atrevesse a cruzar seus caminhos-, minha estada havia sido reduzida para antes do almoço, mesmo tendo todo o domingo pela frente e estando a apenas oito míseras horas de distância de Londrina; e isto de ônibus!

O famoso sanduíche de mortadela do mercadão em São Paulo (Foto: Reprodução – Seu Restaurante)

Frustrado -pero no mucho, já que na volta pra casa esbarramos com o Sonic Youth no Hilton-, fui obrigado a adiar mais uma vez o sanduíche de mortadela do Bar do Mané no mercadão e, pior, deixei de conferir a tão aguardada exposição d’osgemeos no MAB (Museu de Arte Brasileira da Faap). Aliás, para quem ainda não os conhece, são dois gêmeos idênticos, grafiteiros e artistas plásticos, que extrapolaram os muros paulistanos e passaram a expor/grafitar nos principais museus e galerias de arte do mundo, como o Tate Modern em Londres, a Deitch Projects em Nova York e, pasmem, até num importante castelo escocês.

Os irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo (Foto: Reprodução - Galeria Fortes Villaça)

E é por isto que no(s) próximo(s) posts eu irei apresentar os resultados dos meus passeios pelos mercadões aqui de Londrina. E isto pra ver em que pé estão; se relegados à própria sorte ou se estão conseguindo se adaptar às exigências de seus frequentadores; normalmente, mais exigentes do que a média. Ao menos pra compensar parte da minha mezzo frustração, já que nem a capital paulista deve receber, tão cedo, outra mostra parecida como a apresentada pelos irmãos Pandolfo no MAB. Fazer o quê?

Até a próxima! :)

[ChuckWilsonDB]

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Saiba mais:

O bom e velho Iggy and the Stooges [Leia]

Planeta Terra 2009: finalmente! [Leia]

Um dia a mais na capital paulista [Leia]

Osgemeos: abertura da mostra [Leia]

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Veja também:

Nosso providencial esbarrão com o Sonic Youth e o Copacabana Club no Hilton Hotel (Vídeo: CWDB)

Nosso grupo de volta ao micro-ônibus – Rumo à Londrina (Vídeo: CWDB)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Juilliard e seus pares no Lincoln Center

Neste episódio do Starte, programa que Bianca Ramoneda apresenta no canal Globonews e que eu também gostaria de compartilhar com vocês, vamos conhecer a história da Juilliard School, uma das mais reputadas e tradicionais escolas de artes cênicas do mundo. Veremos sua estrutura, o dia-a-dia dos estudantes de música, teatro e dança -os três segmentos em que a escola atua-, e também o conglomerado artístico do qual ela faz parte.

Só para se ter uma ideia do que significa pertencer a esse quadro, caso o aluno não seja bolsista, ele teria que desembolsar cerca de US$ 50 mil anuais para estudar nesta escola que, atualmente, conta com alunos de mais de 40 países e que já viu passar por seus corredores artistas extraordinários como os músicos Wynton Marsalis, Nina Simone, Yo-Yo Ma, Itzhak Perlman e James Levine -atualmente diretor musical do Metropolitan Opera e da Orquestra Sinfônica de Boston-, atores como Robin Williams e Kevin Spacey, além da coreógrafa e dançarina alemã Pina Bausch, referência da dança contemporânea, falecida em 2009.

Starte com Bianca Ramoneda: todas as terças às 23h30 na Globonews.

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Saiba mais:

Lincoln Center for the Performing Arts

O Lincoln Center é o maior centro cultural do mundo e o mais antigo dos Estados Unidos. Com seus mais de 60.000 m² ele reúne no Upper West Side, em Manhattan, mais de uma dezena de companhias de renome internacional como The Metropolitan Opera, The New York Philharmonic, New York City Ballet, Jazz at Lincoln Center e a própria Juilliard School.

Lincoln Center for the Performing Arts: Avery Fisher Hall, a casa da New York Philharmonic (ao centro), Metropolitan Opera House (à esquerda) e David H. Koch Theater, a casa do New York City Ballet e da New York City Opera (na parte inferior). (Foto: Lincoln Center)


The Metropolitan Opera

O Metropolitan Opera foi fundado em 1883 e seu primeiro endereço foi a 39th Street, na Broadway. Porém, desde 1966, ele também integra o complexo Lincoln Center que, na ocasião, foi palco de estréia da ópera Anthony and Cleopatra, de Samuel Barber, na voz da soprano norte-americana Mary Violet Leontyne Price.

Em 1961 Leontyne Price foi ovacionada por cerca de 42 minutos ao debutar como Leonora, personagem principal da ópera “Il Trovatore”, de Verdi, anos antes do Metropolitan ser transferido para o Lincoln Center. (Foto: Reprodução)

Desde 1931, o Metropolitan mantém um serviço de transmissão ao vivo de suas óperas pelo rádio. Inicialmente sua cobertura abrangia apenas os Estados Unidos, a partir de 1940 alcançou o Canadá, e nos anos 1990, mais de 40 países, dentre os quais o Brasil. Aqui, a retransmissão fica a cargo da Rádio Cultura FM, uma emissora da Fundação Padre Anchieta, e conta com os comentários do maestro Walter Lourenção.


The New York Philharmonic

A New York Philharmonic é a mais antiga orquestra norte-americana em atividade. Integrante do chamado Big Five, o grupo das cinco maiores e melhores orquestras norte-americanas, ela foi fundada em 1842 pelo maestro Urelli Corelli Hill. Desde então, ela já foi dirigida por grandes nomes da música erudita como Gustav Mahler (1909/1911), Arturo Toscanini (1928-1936), Dimitri Mitropoulos (1949/1958), Leonard Bernstein (1958/1969), Pierre Boulez (1971/1977), Zubin Mehta (1978/1991), Kurt Mazur (1991/2002) e Lorin Mazel (2002 até hoje). A sede da orquestra está localizada no Avery Fisher Hall, um dos prédios que integram o complexo Lincoln Center.


Symphony No. 5 in C sharp minor: Adagietto (Sehr Langsam) – Gustav Mahler - 8’25 (USSR TV and Radio Large Symphony Orchestra, Moscow)


Jazz at Lincoln Center

Com direção artística de Wynton Marsalis, vencedor do Pulitzer de música de 1997, detentor de 9 estatuetas do Grammy e considerado o melhor trompetista de jazz da atualidade, o Jazz at Lincoln Center (JALC) está desde 2004 de casa nova. Construído no prédio da Time Warner, no Columbus Circle, possui três espaços voltados exclusivamente para o gênero. O Rose Hall, com capacidade para cerca de 1200 pessoas, o Allen Room, para eventos de menor porte -450 pessoas em média-, e o Dizzy’s Club Coca-Cola, uma versão modernizada dos tradicionais clubes de jazz norte-americanos, com capacidade para cerca de 140 pessoas.

Jazz at Lincoln Center no prédio da Time Warner (Foto: Reprodução)

Além das salas de apresentações, o JALC mantém um estúdio e um espaço para ensaios, um centro destinado ao ensino -presencial e à distância- de estudantes, professores, crianças e famílias, um centro multimídia dedicado à história do jazz e, desde 2001, em parceria com o Instituto para Estudos de Jazz da Juilliard School, programas de pré-graduação e de graduação para estudantes vindos de todo o mundo. Isto, claro, com a intenção de formar novos músicos, novas platéias e, principalmente, manter viva a tradição do jazz.


My Funny Valentine (Lorenz Hart/Richard Rodgers) - Wynton Marsalis with Art Blakey's Jazz Messengers (8’57)


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Visite:

Jazz at Lincoln Center: http://www.jalc.org/

Juilliard School: http://www.juilliard.edu/

Lincoln Center Theater: http://www.lct.org/

Metropolitan Opera: http://www.metoperafamily.org/metopera/

Metropolitan Opera – International Radio Broadcast Information Center: http://www.operainfo.org/

New York City Ballet: http://www.nycballet.com/nycb/home/

New York Philharmonic: http://nyphil.org/


Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]