sábado, 12 de junho de 2010

FILO 2010: Destaques da programação nacional

Ontem começou, oficialmente, a 42ª edição do FILO. E antes tarde do que nunca, aqui vão algumas resenhas sobre três peças que, na minha opinião -de leigo, diga-se de passagem- são das mais interessantes.

Os Fofos Encenam (São Paulo)

O primeiro espetáculo que destaco é a montagem da companhia paulistana Os Fofos Encenam, uma livre adaptação do clássico Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, obra que revolucionou o teatro brasileiro. Na peça, o cenário tipicamente carioca do autor foi substituído pelo das casas de engenho nordestinas do sociólogo e  antropólogo pernambucano Gilberto Freyre, autor de Casa Grande & Senzala -obra indispensável para a compreensão do Brasil moderno. Além da mudança de ares, outro aspecto interessante é o empréstimo das memórias familiares dos atores para a composição da montagem, o que acabou conferindo um certo ar pessoal na adaptação do universo desta família supostamente modelo, porém tipicamente rodrigueana. Família, aliás, caracterizada por uma rede de paixões incestuosas que, de tempos em tempos, tem seu cotidiano interrompido para que ganhe vida o álbum da família; um retrato diametralmente oposto do que vai sendo revelado pelos atores ao longo da peça. Em cartaz desde o ano passado, Memória da Cana concorreu ao Prêmio Shell em quataro categorias: melhor direção, cenário, figurino e iluminação. Levou os dois primeiros: melhor direção para Newton Moreno e melhor cenário para Marcelo Andrade. Datas e horários: 12 (segunda apresentação) e dia 13 de junho, às 21h30. Local: Teatro FILO. (Foto: Shima)

Esther Góes (São Paulo)

Outra peça que merece destaque é Determinadas Pessoas - Weigel, monólogo que Esther Góes reencena hoje no Ouro Verde, sobre a vida de Helene Weigel, militante política, esposa e principal intérprete dos papéis femininos do alemão Bertold Brecht, um dos principais nomes da dramaturgia mundial. Dois fatos interessantes que merecem destaque é que além do espetáculo ter sido dirigido por Ariel Borghi, filho da atriz com o ator Renato Borghi, um dos fundadores do Teatro Oficina junto com Zé Celso Martinez Corrêa, sua interpretação teve o aval positivo da biógrafa da atriz alemã, Sabine Kebir, em sua passagem pelo Rio de Janeiro. Data e horário: 12 de junho, em sua segunda e última apresentação, às 20h30. Local: Ouro Verde. (Foto: Reprodução)

Boca de Baco (Londrina)

Interessante também é Navalha na Carne, peça que o grupo londrinense Boca de Baco encena em comemoração aos seus vinte anos de existência. De autoria de Plínio Marcos, um dos mais importantes dramaturgos do teatro brasileiro, a peça -que também já foi vítima da censura, assim como a de Nelson Rodrigues- se passa num quarto de bordel onde a luta de três personagens, a prostituta Neusa Sueli, o cafetão Vado e o homossexual Veludo, denota as relações de poder existentes entre eles em meio a um submundo violento e opressivo. Ao lado de Dois Perdidos Numa Noite Suja, Navalha na Carne é a obra mais encenada do autor. Datas e horários: 19 e 20 de junho, às 22h. Local: Teatro Usina Cultural.  (Foto: Milton Dória)

Na sequência, as demais peças que serão encenadas durante o festival:

Mostra Nacional:

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-A incrível viagem da família aço, Cia. Entreato (RJ)

-A lenda do príncipe que tinha rosto, Cia. de Teatro Artesanal (RJ)

-Acorda Zé! A comadre ta de pé, Grupo Moitará (RJ)

-Aqueles dois, Cia. Luna Lunera (MG)

-Cabul, Cia. Amok (RJ)

-Cidade azul, Cia. Truks (SP)

-Doido, Elias Andreato (SP)

-Encantadores de histórias, Cia. Caixa do Elefante (RS)

-H3, Grupo de Rua /Bruno Beltrão (RJ)

-Marcelo, marmelo, martelo, Cia. Azul Celeste (SP)

-O amor de Peri e Ceci, Circo Teatro Sem Lona (PR)

-O cano, Cia. de Teatro Circo Udi Grudi (DF)

-O dragão, Cia. Amok (RJ)

-O pato selvagem, Cia. Les Commediens Tropicales (SP)

-O sobrado, Grupo Cerco (RS)

-O trenzinho do caipira, Cia. do Abração (PR)

-Ogroleto, Cia. Borogodó/Karen Acioly (RJ)

-Vida, Companhia Brasileira de Teatro (PR)

 

Mostra Regional

 

-A megera domada, Artes Cênicas UEL (Londrina)

-Berço de espuma, Papo Corpóreo (Londrina)

-Bonanza, Grupo “Aspas” (Londrina)

-Cabaré da Confraria, Cia. Confrades (Londrina)

-Drácula, Circo de Palhaços do Picolino (Londrina)

-Homens livres, Cia. Teatro de Garagem (Londrina)

-Mancha Roxa, Cia. Funcart de Teatro (Londrina)

-A metamorfose, Circo de Palhaços do Picolino (Londrina)

-Movimento mínimo, Artes Cênicas UEL (Londrina)

-Olhares grudados, Expressividade Cênica para Deficientes Visuais (Londrina)

-Pândega, Trupe Tangará (Londrina)

-Sobre o teorema ou a solidão dos objetos, Artes Cênicas UEL (Londrina)

-Yemanjá de São Saruê, Cia. de Theatro Fase 3 (Londrina)

Venda de ingressos

A bilheteria do festival está instalada no Royal Plaza Shopping. Os ingressos estão a R$ 20,00, mas existe uma extensa lista de convênios oferecida pelo evento que podem lhe poupar de 20% a 50% do valor das entradas. O festival vai até o dia 27 de junho. Maiores informações: www.filo.art.br.

Bom espetáculo e até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

terça-feira, 8 de junho de 2010

FILO 2010: Destaques da programação internacional

No post de hoje, escolhi quatro peças estrangeiras que, a meu ver, merecem destaque dentro da programação do festival. Neste ano a mostra internacional vai contar com a presença de importantes atrações como as companhias de Marta Carrasco, da Espanha, Chapitô, de Portugal, Pippo Delbono, da Itália, Redmoon Theater, dos Estados Unidos e de mais sete outros países como Alemanha, França, Turquia, Romênia, Argentina, Chile e Uruguai.

Cia. Marta Carrasco (Espanha)

Um dos grandes nomes do festival, a Cia. Marta Carrasco, trará em sua segunda passagem por Londrina, um espetáculo criado e dirigido por ela mesma: Dies Irae, en el Réquiem para Mozart. No espetáculo, treze  atores, bailarinos e cantores mostram, sem concessões, a debilidade da verdade. Tendo como pano de fundo a última composição de Mozart, seu Requiem em Ré Menor (KV 626), o espetáculo vai muito além de uma missa fúnebre. Ele invoca o aroma do profano, num misto de fúria, ira, impotência e medo, mas também de irreverência, beleza e risco. Segundo uma entrevista que a atriz e coréografa Marta Carrasco deu a um semanário espanhol, o espetáculo é uma crítica à Igreja: “Com Deus não me meto, tampouco com a fé. Agora, com o instrumento, encontro motivos suficientes para rir e zombar”. Assista um trecho do espetáculo:

“Dies Irae, en el Réquiem para Mozart” (Cia. Marta Carrasco): 18, 19 e 20 de junho, às 20h30. Local: Ouro Verde. (Foto e vídeo: Divulgação)

Cia. Chapitô (Portugal)

Outro destaque desta edição é a cia. portuguesa Chapitô. Desprovido de recursos cênicos mais elaborados, o foco recai, essencialmente, na atuação dos atores. Nesta adaptação de A Tempestade, uma das obras-primas do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare, três atores desdobram-se em dez estranhos personagens que desfilam uma história que envolve amores, vinganças, conspirações e traições políticas. Um verdadeiro contraponto entre a nobreza do espírito e a figura selvagem do instinto. Mas atenção: os ingressos para todas as apresentações já estão esgotados. Datas e horários: 11, 12 e 13 de junho, às 19h. Local: Teatro Zaqueu de Melo. (Foto: Divulgação)

Compagnia Pippo Delbono (Itália)

O terceiro destaque é a provocativa Guerra, montagem da companhia italiana de Pippo Delbono. Inspirado na Odisséia, do lendário poeta grego Homero, a montagem surge do desejo de representar a vida nascida na marginalidade, na doença e no sofrimento, e traduzi-la em gritos, dança e atuação. Desprovido de diálogos e personagens reais, a montagem é composta de fragmentos de histórias de pessoas que perambulam pelo mundo da anormalidade, da loucura, e que são reunidas em torno do mágico mundo do teatro. A companhia do italiano Pippo Delbono é uma das mais importantes da Europa. Datas e horários: 12, 13 e 14 de junho, às 21h. Local: Escola Municipal de Teatro. (Foto: Divulgação)

Redmoon Theater Company (EUA)

Outra peça interessante é The Cabinet, da norte-americana Redmoon Theater Company. Como protagonista, o maquiavélico Dr. Caligari, um hipnotizador que tem como objetivo fazer com que Cesare, seu escravo sonâmbulo, cometa atos monstruosos em seu lugar. Porém, é claro, tudo se complica quando o rapaz se recusa a matar uma jovem. O universo sombrio da montagem -que conta com estranhas marionetes e máquinas complexas- tem como inspiração o clássico do expressionismo alemão O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari), filme terror de 1919. A história é uma crítica à figura das autoridades alemãs -na história representadas pelo louco Caligari-, que impõem sua vontade sobre a sociedade -neste caso, representada pelo jovem sonâmbulo-, conduzindo-a a atitudes impensadas e, por consequência, trágicas. Mas assim como no caso da Cia. Chapitô, há um detalhe: todos os ingressos já estão esgotados.

“The Cabinet” (Redmoon Theater Company): 12, 13 e 14 de junho, às 21h. Local: Escola Municipal de Teatro. (Foto e vídeo: Divulgação)

As demais montagens:

 

-Braquage, Cie. Bakélite (França)

-Dervish, Ziya Azazi (Turquia)

-Diciembre, Teatro en el Blanco (Chile)

-Don Juan, memória amarga de mi, Companyia Pelmànec (Espanha)

-El último herdero, Cia. Teatro Viaje Inmovil (Chile)

-Gatomaquia, La Cuarta Colectivo Artístico (Uruguai)

-Intérieur nuit, Jean-Baptiste André (França)

-La gigantea, Cie. Les Trois Clés (França/Brasil/Chile/Romênia)

-La noche antes de los bosques, Mike Amigorena (Argentina)

-LIFE.stories, Marc Schnittger (Alemanha)

-Modules, Jean-Baptiste André (França)

-Neva, Teatro en el Blanco (Chile)

Venda de ingressos

Assim como nos anos anteriores, a bilheteria do festival foi instalada no Royal Plaza Shopping. Os ingressos estão a R$ 20,00, mas existe uma extensa lista de convênios oferecida pelo evento que podem lhe poupar de 20% a 50% do valor das entradas. Neste ano, entretanto, os ingressos estão sendo vendidos em dois lotes. O primeiro, que já está à venda, compreende os espetáculos apresentados entre 10 e 19/06. O segundo, voltado para o período entre 20 e 27/06, só começará a ser vendido a partir desta quinta-feira, dia 10/06. Maiores informações: www.filo.art.br.

No próximo post, a vez é dos destaques nacionais.

Bom espetáculo e até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

domingo, 6 de junho de 2010

O festival de todas as artes está de volta

Na próxima quinta-feira, dia 10 de junho, começa a 42º edição do FILO. Conheça um pouco da história do mais antigo festival da América Latina e também do contexto que envolveu sua criação, em 1968.

Um turbilhão de acontecimentos marcantes tomaram o mundo de assalto no mítico ano de 1968. Época em que uma primavera tencionava humanizar a ortodoxia stalinista no leste europeu, mas que logo seria solapada pelos tanques soviéticos. Em que dois grandes líderes mundiais seriam assassinados e uma mal fadada guerra a um pequeno país asiático, resultaria num grande movimento pela não-violência e numa amarga derrota para uma grande potência. Época também de repressão no Brasil. De guerra contra os subversivos (com e sem aspas). De tortura. De exílio. Época em que um grupo de universitários e intelectuais londrinenses fariam brotar um festival que hoje, 42 anos mais tarde, além de ser o mais antigo da América Latina, é considerado patrimônio cultural do teatro brasileiro pelo ICOMOS/Unesco.

       

Fatos marcantes de um ano mítico: Primavera de Praga (antiga Tchecoslováquia); edição especial da revista Life sobre o assassinato de Martin Luther King; assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy; lançamento do filme Yellow Submarine dos Beatles; Guerra do Vietnã; lançamento de 2001: Uma Odisséia no Espaço, filme de Stanley Kubrick; Edson Luís Lima Souto, o estudante morto por um policial no Rio de Janeiro, foi o que deu início à simpatia da opinião pública pela causa estudantil; o jornalista Wladmir Herzog assassinado durante o AI-5; cartaz do FILO (Festival Internacional de Londrina). (Fotos: Reprodução)

Jogos Universitários, Festival Universitário, FILO

Em 1968, o desejo de um estudante engajado de desenvolver uma base cultural na cidade, faria com que um grupo de faculdades isoladas decidisse expandir os horizontes de um festival esportivo, transformando-o no I Festival Universitário de Londrina. Délio César, o tal estudante, chegou à conclusão de que os Jogos Universitários não supriam essa necessidade e, assim, idealizou algo mais amplo, heterogêneo, que pudesse integrar várias vertentes culturais, dentre elas a música e o teatro. Nascia assim o embrião do FILO (Festival Internacional de Londrina).

 

Três figuras marcantes na história do FILO: o jornalista Délio César, idealizador do festival, a médica Nitis Jacon, sua presidente de honra, e o jornalista Apolo Theodoro, voluntário, ator e diretor de várias peças encenadas no festival. (Fotos: Reprodução).

Embrião concebido, foi a vez de Nitis Jacon entrar em cena. Fundadora dos grupos Gruta, Núcleo e Proteu, a ex-vice-reitora da UEL (Universidade Estadual de Londrina), ex-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra e, atualmente, presidente de honra do FILO, foi uma figura-chave para o sucesso e a longevidade do festival. À convite do próprio Délio César, ela compôs, inicialmente, a comissão julgadora do braço musical do evento. Quatro anos mais tarde, porém, ela assumiria suas rédeas, aceitando o convite para integrar a CAC (Coordenadoria de Assuntos Culturais) da recém criada UEL, em 1971. Com isto, Nitis assumiu seu setor de teatro e, em seguida, tornou-se diretora da quarta edição do evento que, a partir de então, passou a contar com a chancela da universidade. O festival, entretanto, só passaria a ter o nome e a configuração que hoje conhecemos, em 1990. Sobre o novo nome escolhido, Nitis esclarece*: “Queríamos fugir do costumeiro FIT e, brincando com as tiradas do bizarro Jânio Quadros, a equipe dizia: FILO porque Qui-lo. Nós quisemos, todo mundo acabou querendo.” E assim ficou.

*em entrevista ao portal Planeta Londrina.

Marcos na história do festival

Foram muitos os momentos marcantes do festival, mas muitos também foram os desafios ao longo dessas mais de quatro décadas de atividade. Cenários, foram os mais diversos. Repressivos, redemocratizantes, economicamente desastrosos. Em comum, entretanto, a dificuldade de levantar recursos para mantê-lo vivo sem perda de qualidade, nem de ousadia.

Centremo-nos, porém, nas realizações. Como em 1988, ano de sua internacionalização, quando foi realizada -pela primeira vez no Brasil- a Mostra Latino-Americana de Teatro, um marco para as artes cênicas brasileiras. Ou em 1994, quando Londrina se tornou a primeira cidade fora do continente europeu a sediar uma sessão pública do ISTA (International School of Theatre Antropology), um centro de investigação no campo da antropologia teatral, fundado em 1979, por Eugenio Barba -um dos principais nomes do teatro mundial. Ou ainda em 1998, ano em que realizou a única exposição individual, ainda em vida, do fotógrafo Haruo Ohara (1909-1998). Ou 2000, quando passou a exercer, oficialmente, sua vocação multifacetada de Festival de Todas as Artes, englobando aos seus interesses diferentes segmentos artísticos como a música, a dança, o circo, a fotografia e as artes plásticas.

Kazuo Ohno

Nomes de peso passaram por aqui. Como em 1992, ano em que Kazuo Ohno, criador e mestre do teatro Butoh, arte que mistura dança e artes dramáticas, retornou quinze vezes ao palco para agradecer os aplausos, até que seu filho, Yoshito Ohno, pedisse que não mais o aplaudissem, já que ele estava cansado e, enquanto houvesse aplausos, ele voltaria para agradecê-los. O coreógrafo e dançarino japonês, então com 86 anos, viria a morrer dezessete anos mais tarde, coincidentemente, na última terça-feira, 1º de junho, vítima de insuficiência respiratória. [Veja matéria no Metrópolis]

Eugenio Barba e Peter Brook

Outros momentos marcantes ocorreram nas passagens do italiano Eugenio Barba -e sua lendária Odin Teatret (Dinamarca)- e do diretor britânico Peter Brook, dois dos principais nomes do teatro mundial. A primeira passagem de Barba se deu em 1991, com a Mostra Odin Teatret, ocasião em que apresentou quatro espetáculos, além de filmes, conferências, cursos e oficinas. A segunda ocorreu em 1994, onde encenou Theatrum Mundi, peça montada sobre um palco flutuante no Lago Igapó, e na já comentada 8ª edição pública do ISTA (International School of Theatre Antropology). E a terceira e última ocorreu em 2008, ano em que foi comemorado o 40º aniversário do festival, onde encenou Os Sonhos de Andersen, espetáculo baseado em anotações do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), autor de clássicos infantis como O Patinho Feio, A Roupa Nova do Imperador, O Soldado de Chumbo e Polegarzinha.

No mesmo 2008, o festival também teve o prazer de receber o renomado diretor britânico Peter Brook -e sua cia. Theatre des Bouffes du Nord-, com a peça Fragments, montagem que reúne quatro pequenas peças e um poema de Samuel Beckett (1906-1989). Brook, que já co-dirigiu a tradicional Royal Shakespeare Company ao lado de Peter Hall, hoje está à frente de seu próprio centro de estudos em Paris, o Centro Internacional para a Investigação Teatral, onde desenvolve pesquisas sobre as origens do teatro.

Outras Companhias

Além desses mestres do teatro contemporâneo, foram memoráveis também as passagens da companhia argentina De La Guarda, com o espetáculo Período Villa Villa (1996); da prestigiosa -porém extinta- companhia canadense Carbone 14, de Gilles Maheu (1997) -que só aceitaram vir com a montagem Les Âmes Mortes por se tratar do FILO, uma vez que ela sequer cabia no Ouro Verde-; e da diretora alemã Angie Hiesl (1998), com a intervenção X-Vezes Gente Cadeira (x-mal Mensch Stuhl), onde atores da terceira idade -da londrinense Cia. Fase 3-, foram colocados em cadeiras pregadas às paredes externas de vários prédios da cidade, praticando afazeres cotidianos como, por exemplo, comer uma fruta, costurar um vestido ou escrever poemas e soltá-los ao vento.

Fotos: [1] Eugenio Barba por Piotr Topperzer - [2] Haruo Ohara por Haruo Ohara - [3] Kazuo Ohno por Fondazione Meeting per l'amicizia fra i popoli - [4] Peter Brook - Reprodução.

No próximo post, os destaques da programação internacional.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]