segunda-feira, 12 de julho de 2010

Festival de Música de Londrina

Começa hoje, oficialmente, o 30º Festival de Música de Londrina (FML). No concerto de hoje e de amanhã, no Cine Teatro Ouro Verde, a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina (OSUEL) executa peças de Gershwin e Villa-Lobos sob a regência de Norton Morozowicz e da maestrina venezuelana Maria Guinand.

O Festival de Música de Londrina -que neste ano comemora 30 anos de história- começa oficialmente hoje, dia 12, e vai até o dia 24 de julho. E como de costume, ele foi estruturado em duas frentes: uma pedagógica e outra artística. A primeira, que tem como objetivo propor alternativas e novos direcionamentos ao saber e à prática musicais, contará com 55 cursos divididos em módulos como os de práticas de conjunto (orquestra e banda sinfônicas, big band, música camerística, ópera e coral), regência, instrumentos e voz, estruturação musical, música popular, além de atividades pedagógicas voltadas ao público infantil e à terceira idade. A segunda, artística, contará com cerca de 80 concertos que serão distribuídos em vários pontos da cidade e, assim como no FILO, que teve suas apresentações estendidas a cidades como Brasília e São Paulo, o FML também programou incursões em outras praças, porém regionais: Maringá, Apucarana, Rolândia, Porecatu e Sabáudia são as cidades que também constam da grade de progamação do festival.

Principais atrações

Em grande parte retirada da grade pedagógica do evento, merecem destaque as presenças da ucraniana Julija Botchkovskaia, pianista do Conservatório de Moscou, docente da Hochschule für Musik und Theater de Hamburg (Alemanha) e integrante do ról da Steinway Artists desde 2007; da Ensemble New Hope Opera da Alemanha; dos norte-americanos do Vento Trio, grupo especialista em compositores das Américas, composto por flauta, fagote e clarinete; das pianistas coreanas Jaeeum Lee e Hy Yon Park; e também do maestro japonês Daisuke Soga, em sua quarta passagem por Londrina.

  

A pianista ucraniana Julija Botchkovskaia, os alemães da Ensemble New Hope Opera e o maestro japonês Daisuke Soga. (Fotos: Reprodução)

Quanto aos brasileiros, destaque para o tradicional concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP); para o duo pianístico composto por Fábio e Gisele Witkowski; o exímio trompetista paraibano Nailson Simões; a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá, uma espécie de guardiã dos ritmos tradicionais do nordeste brasileiro que, em passagem pelos EUA, foi definida pelo jornal The New York Times -com certo entusiasmo, talvez- como “diva da música negra”; a Orquestra de Câmara Solistas de Londrina (OCSL), vencedora do Prêmio TIM de Música Brasileira nas categorias “Melhor CD Erudito” e “Melhor Projeto Visual” em 2003; além, é claro, do grande Arrigo Barnabé, compositor londrinense radicado em São Paulo desde os anos 1970 e que traz para Londrina o show “Caixa de Ódio”, uma homenagem que ele faz a outro grande compositor brasileiro, o gaúcho Lupicínio Rodrigues.

A Orquestra de Câmara Solistas de Londrina (OCSL), o trompetista Nailson Simões, os pianistas brasileiros radicados nos EUA, Gisele e Fábio Witkowski e a cirandeira Lia de Itamaracá. (Fotos: Reprodução)

Arrigo Barnabé e a Vanguarda Paulista

Para os desavisados que desconhecem Arrigo e sua obra, ele foi junto a Itamar Assumpção (1949-2003), um dos principais nomes do que se convencionou chamar de Vanguarda Paulista (ou paulistana para alguns), um “movimento” ocorrido na década de 1980 na capital paulista que subverteu os “meandros” da música popular brasileira -já que obteve maior reconhecimento de crítica que de público-, dado o viés experimental das músicas, do caráter urbano e falado das letras e também do aspecto independente dos trabalhos -muito comum hoje em dia no meio musical (mas não naquela época) pelo advento e popularização das mídias digitais e também do alcance global da internet.

Arrigo Barnabé, autor do clássico Clara Crocodilo (1980), de Tubarões Voadores (1984) e da Missa in Memoriam Itamar Assumpção (2007), em homenagem a outro ícone da Vanguarda Paulista e grande amigo do compositor. (Foto: Fernanda Serra Azul)

Concerto de abertura

Neste ano o concerto de abertura -que acontece logo mais no Cine Teatro Ouro Verde- será em dose dupla e terá três peças no programa: o Hino à Londrina, cantando à capella por Fafá de Belém -que poucos sabem, iniciou sua carreira profissional com um show na cidade na década de 1970-; o Concerto para Piano em Fá, de George Gershwin, tendo como solista o pianista -e também diretor artístico do festival- Marco Antônio de Almeida; e os Choros nº 10 para Orquestra e Coro, de Heitor Villa-Lobos. A regência da OSUEL ficará a cargo de seu ex-regente titular e um dos fundadores do festival, Norton Morozowicz, e os coros ficarão sob a batuta da maestrina venezuelana Maria Guinand. O concerto, que acontece hoje e amanhã no tradicional Ouro Verde, terá início às 20h30 e os ingressos podem ser obtidos na bilheteria do teatro a R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).

Bom festival!

[ChuckWilsonDB]

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Festival de Música de Londrina. Onde: Teatro Ouro Verde, Teatro Zaqueu de Melo e espaços alternativos distribuidos por toda a cidade. Quando: de 10 a 25 de julho. Quanto: R$ 20 (show com Fafá de Belém), R$ 15 (concerto de abertura e show com Arrigo Barnabé) e R$ 10 (demais apresentações). Maiores informações: www.fml.com.br.

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