quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diário de bordo: ir ou não ir a Petrópolis?

Ao contrário de Angra, Petrópolis já estava em nossos planos, assim como o distrito de Itaipava e a cidade de Teresópolis. Porém, com a situação piorando a cada dia, quase nos vimos obrigados a abandonar de vez a ideia; Teresópolis, por exemplo, foi descartada. Petrópolis, ainda não -bom… ao menos, não totalmente.

Só para se ter uma noção do momento em que a região serrana do Rio estava atravessando naquela ocasião, as mortes por conta dos deslizamentos já haviam atingido a casa das 500 pessoas. E dentre os afetados -porém não de forma fatal ou material, felizmente-, um dos primos da Aline, o Bruno. Apesar de nada ter acontecido com ele, sua casa ou família, o lugar em ele que trabalha acabou atingido, repetindo, desta forma, o malogro de grande parte da população de Nova Friburgo; cidade, aliás, que mais padeceu com a tragédia e, coincidências à parte, que ele havia se mudado com a esposa há não muito tempo.

Nova Friburgo

Quando nos vimos, estávamos visitando seus pais, no Rio. Na ocasião, ele estava com sua esposa, grávida, e não conseguia tirar os olhos do laptop em busca de informações sobre a tragédia. Sem abastecimento de água e energia e, para complicar, com as comunicações cortadas pela queda das linhas de transmissão, a cidade literalmente parou, o que os levou a passar alguns dias na capital. Aliás, foi só lá, na casa dos pais, que eles, finalmente, puderam ter uma dimensão mais aproximada dos estragos que haviam tomado Nova Friburgo de assalto. Portanto, convenhamos, nada mais natural do que ficar um tanto quanto… ressabiado com o convite para irmos a Petrópolis. Ou não?

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Rio - Recreio - Casa da tia da Aline [1] Rio - Recreio - Casa da tia da Aline [2] 

Nossa visita à casa dos tios da Aline (e pais do Bruno). A tragédia ocorrida em Nova Friburgo forçou ele (no centro da terceira foto) e a esposa a passarem alguns dias na casa dos pais, no Rio. Só lá é que eles puderam mensurar melhor a intensidade dos estragos. (Fotos: CWDB e desconhecido)

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À esquerda, vislumbre de como era a região central da cidade antes da tragédia. À direita, o centro tomado pela força da enxurada. (Fotos: Osmar Castro e Agência Estado, respectivamente)

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Nesta tentantiva de salvamento [fotos 1 e 2], ocorrida num prédio na área central da cidade, três bombeiros acabaram morrendo soterrados pelos destroços. Já, nesta outra [foto 3], um segundo episódio fatal envolvendo soldados do corpo de bombeiros: no caminho, o próprio carro dos bombeiros acabou sendo vitimado por um deslizamento. (Fotos: Marcos de Paula/AE)

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Praça e Capela do Suspiro (região central) em três momentos distintos: antes, durante e depois da tragédia. (Fotos: Osmar Castro)

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Vamos ou não vamos?

Por conta deste episódio em particular e também do que saía nos jornais diariamente, cheguei, sim, a temer que trechos do trajeto pudessem ser afetados por quedas de barreiras -assim como aconteceu com o próprio governador Sérgio Cabral ao se dirigir à cidade-, o que poderia acabar nos impedindo tanto de seguir adiante como de retornar mais tarde ao Rio. Mas pior, ter que acabar se valendo dos próprios jornalistas -como muitos já o faziam devido à mudez dos telefones- para avisar à família que nada de mais grave havia nos acontecido.

Mas então, por que subir? Explico. A Poliana, namorada do Alexandre, irmão da Aline, mora em Petrópolis e, por coincidência, trabalha com turismo. Foi ela quem nos avisou, por intermédio do Alexandre, que apesar dos estragos terem sido grandes, ao contrário do que ocorrera em Friburgo, eles não haviam atingido a área central da cidade -onde havíamos programado visitar- e nem a estrada; ou seja, se quiséssemos aproveitar a carona, não haveria problemas. Bom… Aceitamos. Mas este, desculpem-me, é um assunto para o próximo post.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

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Informações úteis:

S.O.S. Região Serrana do Rio: campanha de arrecadação de doações às vítimas das chuvas. Os depósitos podem ser efetuados em qualquer agência do Banco do Brasil e em qualquer valor. [Saiba mais]

Um comentário:

ChuckWilsonDB disse...

Número de mortos na Região Serrana já ultrapassa os 900. 450 pessoas permanecem desaparecidas. >> Leia notícia completa na revista Veja: http://is.gd/72BeK0 (recorte e cole o link em seu navegador)

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