domingo, 20 de fevereiro de 2011

Domingo atípico. Sem chuva.

Não que eu não goste de chuva. Pelo contrário. Eu adoro chuva. Adoro tempo nublado. Frio. Quando amanhece com neblina, então, puxa vida, as sombrancelhas começam a subir, a descer, a subir. E o riso, então? Estica a cara barbuda com o pudor mais despudorado que você jamais viu. Orelha a orelha. Agora, para caminhar, chuva complica. O resto, nem tanto, mas chuva sim. E desde que eu retomei minhas caminhadas, há três semanas, eu só me deparei com o quê? Chuva. Chuva e mais chuva e, principalmente, naquele horário. No da disposição camarada. Aquela que vai lhe permitir encarar as calçadas esburacadas, ou não, o trânsito e os escapamentos desregulados, os cachorros que ficam à espreita para lhe pregar uma peça. Mas hoje, não. Hoje foi um dia atípico. Um domingo atípico, considerando o mundaréu de água que tem caído ultimamente. Um domingo daqueles em que a gente acorda inspirado, troca a roupa, põem o tênis e vai pra feira traçar aquele pastel feito na hora com guaraná e, de quebra, trazer a massa que vai lhe garantir o colesterol e a desculpa pra encarar, de novo, a rotina. Boa rotina. Aliás, seguem as fotos da minha última, de domingo:

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Via-Expressa Vila Brasil - Dom Quixote

Uma das primeiras vistas que tenho do trajeto é a da av. Dez de Dezembro. Esta via-expressa, vista de cima do pontilhão da Vila Brasil, foi construída por dois grandes caras: José Richa, pai do atual governador Beto Richa, e Wilson Moreira que, na época, era seu secretário de obras; grandes prefeitos. A segunda é de um lugar que eu sempre passo, nunca fui, mas qualquer dia paro: o Don Quijote. Uma petiscaria simpática, agradável mesmo, que fica na R. Bolívia, ainda na Vila Brasil, e é frequentada por gente interessante que curte frutos do mar e cerveja gelada. Uma das pessoas que volta e meia eu vejo por ali é o nosso ex-secretário de cultura, Bernardo Pellegrini, músico e parceiro nas letras de gente como Mário Bortolotto, Rodrigo Garcia Lopes, Mauricio Arruda Mendonça, Ademir Assunção e Domingos Pellegrini. (Fotos: mp.ramos)

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Grafite [1] Grafite [2] Grafite [3] 

Um pouco mais acima, saindo da Vila Brasil, me deparo com o primeiro dos três grafites que encontro pelo caminho. O primeiro deles, na esquina das av. Duque de Caxias e Bandeirantes. Os outros dois, no Cemitério São Pedro, no centro; o muro, hoje desfigurado por um lilás aguado que só não perde em feiúra para o cinza do Kassab, lá em São Paulo, já foi inteiramente ocupado por grafites que, inclusive, eram resultado de um belo trabalho social realizado pela prefeitura. Hoje, não mais, salvo esses dois, dos grafiteiros Hugo e Carão. (Fotos: mp.ramos)

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Feira - Centro [3]  Feira - Centro [4]  Feira - Centro [5]

Esta é uma das feiras-livres mais tradicionais da cidade. Acontece às quintas e domingos pela manhã na av. São Paulo, defronte ao portão do Cemitério São Pedro. Desde criança, sempre que posso, dou uma passadinha por ali pra comer um pastel e tomar um refrigerante. Dia de finados, é de lei. Pra quem curte mercados municipais. (Fotos: mp.ramos)

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Feira - Centro [1] - Pastel do Jorge [A] Feira - Centro [2] - Pastel do Jorge [B]

O Pastel do Jorge sempre foi parada obrigatória de muitos baladeiros prestes a voltar pra casa, aos domingos. Normalmente muito bom, desta vez eu não curti duas coisas: o recheio (apesar da massa continuar ótima) e o atendimento. Tive que insistir muito para que me olhassem na cara para que eu pudesse fazer o pedido (detalhe: não estava lotado), depois para que me cobrassem e, pior, para que me dessem uma mísera d’uma sacola pra que eu pudesse levar pra casa a massa que eu tinha comprado. Aliás, de tão fina, ela foi rasgando, rasgando, e faltando uns trezentos metros pra eu chegar em casa, eis que ela, finalmente, alcança o seu intento: furar o último pedaço intacto da sacola e saltar de boca ao chão. Pra não dizer que o atendente não foi minimamente simpático, depois que ele, finalmente, me entregou a sacola, o bom senso o fez me desejar um bom domingo. Bom… Pelo menos. (Fotos: mp.ramos)

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Santuário de Schoenstatt - Colégio Mãe de Deus [1] Santuário de Schoenstatt - Colégio Mãe de Deus [2]

Na sequência, caminhei um pouco mais pela feira e fui parar no Santuário de Schoenstatt, que eu percebi aberto. Como eu tenho uma foto ainda bebê naquele jardim, sempre mantive um certo carinho pelo lugar. Ele fica bem no centro da cidade, nos fundos do Colégio Mãe de Deus, ou seja, uma quadra acima do término da feira e uma abaixo do Bosque. O jardim do santuário é bem cuidado e tranquilo. Ótimo pra descansar e ler um pouco. A capela, na ocasião, estava fechada. (Fotos: mp.ramos)

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Zerão [2] - Anfiteatro [B]    Zerão [3] - Córrego

Zerão [4] - Bosque [A]    Zerão [5] - Bosque [B]

Saindo dali, rumei para o Zerão, local de prática de esportes aqui da cidade e atividades culturais ao ar livre. Construído na gestão de Dalton Paranaguá (1969-1973), um grande prefeito que a cidade teve, ele é composto por um anfiteatro [foto 1] e um circuito oval de cerca de 1 km de extensão, normalmente utilizado para caminhadas, corridas e ciclismo; no seu interior, existem quadras de esportes, gramado extenso, além de um bosque e um córrego que o liga ao Lago Igapó [fotos 2, 3 e 4]; ao redor, ficm alguns aparelhos de ginástica, academias, bares, vendedores de água de côco e caldo de cana, além de repúblicas e residências. Qualquer dia eu mostro melhor o lugar. (Fotos: mp.ramos)

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Igapó [1.a] Igapó [1] Igapó [2]

Este aqui é o caminho que liga o Zerão ao Igapó. Do lado esquerdo temos um bosque e, do direito, o Iate Clube de Londrina, separado por enormes bambuzais e um canal [fotos 1 e 3], normalmente, repleto de gansos. Aliás, cuidado com eles. Temperamentais, eles podem não ir com a sua cara e partirem para o ataque. Como quase fizeram comigo. (Fotos: mp.ramos)

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Igapó [3]    Igapó [5]

Igapó [6]    Igapó [8]

Igapó [9]    Igapó [10]

 Estas aqui vêm logo na sequência do trajeto. O Igapó, um lago artificial inaugurado em 10 de dezembro de 1959, em comemoração ao Jubileu de Prata da cidade, foi construído por Antônio Sobrinho -prefeito na ocasião- na tentativa de solucionar sérios problemas de drenagem que afetavam a área. Dalton Paranaguá (1969-1973), o mesmo que construiu o Zerão, foi o responsável pela revitalização que, aos poucos, foi transformando o lago naquilo que ele é hoje. Outro prefeito que interferiu positivamente no local foi Luiz Eduardo Cheida. Já em final de mandato, em 1996, ele esvaziou o lago, o limpou e revitalizou suas margens. Além disto, acrescentou ciclovia, anfiteatro, jardins e chafariz. Recomendo o passeio. (Fotos: mp.ramos)

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Chácara

E, finalmente, esta daqui, à esquerda, fica quase no final do trajeto. Mais exatamente, nos fundos do Muffato da Dq. de Caxias. Londrina ainda possui várias destas “fazendinhas” espalhadas em áreas não muito distantes do centro que, aliás, dão à ela um aspecto pitoresco de cidadezinha do interior. Bom… Não que não seja.

Ah, sim… Foi a uns duzentos metros daqui que a massa que eu comprei no Pastel do Jorge caiu, vítima de uma sacolinha em vias de decomposição. Sacanagem.

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Em suma, é isto. O dia amanheceu agradável como há muito não se via e eu resolvi sair por aí, caminhando e tirando fotos. Aliás, sempre que o clima permitir, o trajeto for agradável e, é claro, eu tiver disposição, eu tiro algumas fotos pra compartilhar com vocês aqui no blog.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei esse post. A leitura ficou leve e descontraida.

Aline Bicalho.

Anônimo disse...

voce nao tem fotos do igapo vazio ?
muito grato
vitor lourenço

ChuckWilsonDB disse...

Cara, infelizmente, não.
Esta eu vou ficar te devendo.
Abs.

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