sábado, 12 de fevereiro de 2011

Diário de bordo: Rio-Petrópolis

Apesar das fortes chuvas e das péssimas notícias vindas de Petrópolis, nos informamos melhor, e decidimos arriscar. Não nos arrependemos.

Convite aceito, arrumamos nossas coisas, entramos no carro e rumamos para a serra que, aliás, mesmo em meio ao nublado do tempo, se mostrou encantadora com o seu trajeto sinuoso rodeado por Mata Atlântica. E lá estava ele de novo, o bendito lado esquerdo se mostrando mais uma vez o mais interessante para se curtir o passeio. Aliás, caso você esteja de carro ou ônibus de turismo, não deixe de dar uma paradinha, mesmo que rápida, no Mirante do Cristo; um lugar calmo, agradável, com uma vista incrível e o melhor, de acesso gratuito. O local ainda dispõem de uma simples, porém providencial e agradável lanchonete pra caso queira fazer uma boquinha antes de continuar a viagem.

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Petrópolis - Caminho verde e sinuoso  Petrópolis - Mirante do Cristo  Petrópolis - Mirante do Cristo - Altar

À direita, o trajeto que antecede o Mirante do Cristo. Na foto do meio, a vista que temos do mirante a partir da estrada; o acesso, no caso, fica logo na sequência. Já à direita, o topo do mirante, onde você vai poder descansar, ler um livro ou simplesmente curtir a vista. (Fotos: CWDB)

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Petrópolis - Vista do Mirante do Cristo     Petrópolis - Vista do Mirante do Cristo 

Petrópolis - Mirante do Cristo - Continuando a viagem     Petrópolis - Fortaleza

Nas duas primeiras fotos, a bela paisagem que pode ser avistada do topo do mirante. Na sequência, duas vistas da continuidade do trajeto: a primeira, ainda a partir do próprio mirante, e a segunda, alguns quilômetros à frente. (Fotos: CWDB)

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Em Petrópolis

Assim que chegamos, paramos num posto, abastecemos, compramos umas compotas e fomos ao centro. Com fome, demos uma parada providencial numa franquia da Subway, à qual, fica a dica: o que é aquele sanduíche de frango defumado com cream-cheese, hein? Bom… Mas apesar da benquista trégua ao longo do trajeto, São Pedro tratou logo de desfazer o trato e isto aconteceu mais ou menos -já não me lembro ao certo-, entre a saída da lanchonete e a catedral que, justiça seja feita, não é apenas bonita por fora, mas por dentro também. Construída em estilo neogótico francês, segundo andei lendo, é lá que estão os restos mortais de Dom Pedro II (1825-1891), da imperatriz dona Teresa Cristina (1822-1889), além dos do Conde d’Eu (1842-1922) e da Princesa Isabel (1846-1921). Mesmo que você não seja católico ou professe religião, vá, pois vale (mesmo) o expediente.

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Petrópolis - Catedral - Capela Imperial

Capela Imperial: aqui é onde estão guardados os restos mortais da família real brasileira. A capela fica dentro da catedral, bem em seguida à entrada. (Foto: CWDB)

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Petrópolis - Catedral Petrópolis - Catedral [Altar] Petrópolis - Catedral [Órgão e Vitrais] Petrópolis - Catedral - Vitrais

 Na primeira foto vemos a bela fachada da catedral, construída no século XIX, em estilo neogótico francês. Na sequência, uma bela vista do altar [foto 2], seguido da entrada [foto 3], onde, no topo, podemos observar o imponente órgão de tubos -construído por Guilherme Berner na década de 1930-, e, abaixo, alguns do vários vitrais que estão distribuídos por toda a igreja. Por último, destaque para um dos que ficam numa de suas laterais. (Fotos: CWDB)

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Dali, partimos, na chuva, para o Museu Imperial; logo ali (de verdade). O portão encontrava-se aberto, mas não havia ninguém nas proximidades. Resolvemos então, entrar e buscar informações num guichê que ficava pouco à frente do portão. “Sim, está aberto”, nos confirmaram, “e o ingresso pode ser trocado por doações às vítimas das chuvas”, emendaram. Pôxa, se soubéssemos… Há poucos minutos, antes de sermos deixados na catedral, a Poliana havia doado uma porção de roupas que havia separado há alguns dias e, que por conta da tragédia, acabaram ganhando destino. Bom… Não faz mal. Pagamos e seguimos adiante.

O museu

Segundo andei lendo, o prédio, construído em estilo neoclássico, demorou cerca de 17 anos para ser concluído. Isto aconteceu entre 1845 e 1862. O local, uma fazenda deixada de herança para o filho, Dom Pedro II, foi o ponto de partida não só da construção do que seria o futuro Palácio Imperial de Petrópolis, a residência de veraneio mais apreciada pelo imperador, mas para a própria criação de Petrópolis, em 1843.

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Petrópolis - Museu Imperial (Por Rede ACI) Petrópolis - Pátio do Museu Imperial Petrópolis - Museu Imperial - Casas externas

Na primeira foto, a imponente fachada do museu, porém antes da reforma; por conta dela, tanto a entrada como a saída dos visitantes estão sendo realizadas pela lateral esquerda do prédio.

No seu interior não é permitido levar bolsas, mochilas, muito menos, câmeras fotográficas ou de vídeo. Um fato pitoresco é que ao entrarmos, os recepcionistas nos entregam um par de pantufas (isto mesmo, de pantufas) que são postas sob os calçados para que não suje, nem comprometa, de alguma forma, o assoalho. O engraçado é que elas acabam servindo ao mesmo tempo de “escovão” (uma vez que você tem que arrastá-las por todo o prédio) e de “aparelho de ginástica”, já que além de manterem o chão brilhando, elas acabam valendo por uma aula de ginástica. Sério.

Na segunda foto (acima), vemos o pátio do museu. Se vocês repararem (com uma lupa, talvez -piada), no meio da foto, mais para o topo, dá para ver a torre da catedral. Ou seja, uma prova de que eu não estava mentindo em relação à distância de ambos. E, finalmente, na terceira foto, um anexo (cujo nome, sinceramente, eu não sei) onde estão em exposição as carruagens utilizadas na época do Brasil Império e também uma “Maria-Fumaça” desativada na década de 1960. (Fotos: Rede ACI, Aline Bicalho e CWDB)

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.Petrópolis - Museu do Império - Anexos Petrópolis - Museu Imperial - Locomotiva Petrópolis - Museu do Império - Carruagens

Na foto à esquerda, o saguão que dá entrada ao anexo cujo nome não sei -vergonha; preciso verificar, inclusive, à quê alude a tela, imponente sobre o vermelho da parede. No meio, a locomotiva da qual falei, a tal “Maria-Fumaça” desativada na década de 1960. E, por último, algumas das carruagens que eu também havia mencionado. Por conta da chuva e das notícias da tragédia que, infelizmente, fizeram reduzir imensamente o fluxo de turistas, encontramos ali um lugar especialmente calmo. Além de extremamente agradável, é claro. (Fotos: Aline Bicalho e CWDB)

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Petrópolis - Museu do Império - Bistrô  Petrópolis - Museu do Império - Quintal Petrópolis - Museu do Império - Portão de Ent./Saída

À esquerda, um conveniente e simpático bistrô onde é possível descansar e saborear tanto pratos à la carte quanto típicos de cafeterias; quanto a este último, não é preciso se assustar com o preço. Na foto do meio, vista de parte dos jardins do museu; imensos e muitíssimo bem cuidados. Já à esquerda, alguns visitantes que, assim como nós, já estavam deixando o museu. O belo prédio à frente, do outro lado da rua, é chamado de Palácio Amarelo. É lá que fica sediada a Câmara Municipal de Petrópolis. (Fotos: CWDB)

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  Petrópolis - Museu Imperial - Pátio - Família Real Eu e a Aline no Museu do Império

Na primeira foto, Dom Pedro II e dona Teresa Cristina nos jardins do outrora Palácio Imperial. Na sequência, a d. Aline Bicalho curtindo o céu (nublado) de Petrópolis. “Não, não foi pose”, ela disse. Sim, Aline, acreditamos em você. E na terceira e última, eu e ela, no mesmo lugar, fazendo graça para a câmera. Detalhe: para passear pelos jardins, frequentar o bistrô e visitar as carruagens e a locomotiva, não é preciso adquirir ingresso; este é necessário apenas para acessar o museu propriamente dito. (Fotos: CWDB e arquivo do Museu Imperial)

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Mas apesar da passagem (novamente) relâmpago pela cidade e da chuva que, apesar de fraca, não nos deu lá muita trégua, ainda conseguimos visitar mais alguns lugares interessantes antes de pegarmos de volta nossa carona. Abaixo, para variar um pouco, mais fotos:

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Petrópolis - 14 Bis Petrópolis - Palácio de Cristal Petrópolis - Universidade Católica Petrópolis - Casa de Santos Dumont

Petrópolis - Sesc Quitandinha Petrópolis - Casa da Ipiranga (ou dos Sete Erros) Petrópolis - Casa do Alemão [Itaipava_1] Petrópolis - Casa do Alemão [Itaipava_2]

Petrópolis - Casa do Alemão [Itaipava_3]

Da esquerda para a direita: [1] Praça 14 Bis; [2] Palácio de Cristal; [3] Universidade Católica de Petrópolis e Relógio das Flores; [4] Museu “Casa de Santos Dumont”; [5] Palácio Quitandinha; [6] Casa da Ipiranga (também conhecida como Casa dos Sete Erros); [7, 8 e 9] Casa do Alemão (Itaipava). (Fotos: CWDB)

Ao lado, também da esquerda para a direita, meus companheiros de viagem: Poliana, Alexandre e Aline. Em tempo: quando a fome bater, não deixe de visitar a Casa do Alemão. Ou se arrependa depois.

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Mas enfim, o que (realmente) foi afetado pelas chuvas

Bom… Como de fato noticiaram, os maiores estragos em Petrópolis ocorreram mesmo no distrito de Itaipava. Mas ao contrário da meia-verdade divulgada pelos jornais -e até corrigido por alguns mais tarde-, a tragédia acabou se concentrando, principalmente, no Vale do Cuiabá, uma bonita e agradável região que faz a ligação entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis. Área, como soube mais tarde, composta em boa parte (veja, em boa parte) por casas, condomínios e pousadas de alto padrão, além de sítios de famílias tradicionais cariocas, cujo hábito era passar seus finais de semana junto à serra.

Ao lado, uma das pousadas localizadas no Vale do Cuiabá, antes da tragédia. Apesar de afetada, os estragos não chegaram a inviabilizar o negócio que, inclusive, já está sendo reformado. (Foto: Casamento Carioca)

Abaixo, o mesmo vale visto de cima, só que, infelizmente, já tomado pela enxurrada de lama e destroços que castigaram a região. (Fotos: Carlão Limeira/UOL; Marcos Arcoverde/AE -as duas últimas)

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Em suma, mesmo tratando-se de veículos consagrados, seja sempre criterioso com o que lê e ouve e busque informações confiáveis; de preferência, caso isto seja possível, ligadas à fonte do que está sendo noticiado. No mais, seguem abaixo algumas informações úteis a quem deseja visitá-la; uma ótima forma de se divertir ao mesmo tempo em que colabora para agilizar o processo de recuperação da parte atingida, botando a economia deles para girar novamente.

Um dia a gente volta.

[ChuckWilsonDB]

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Informações úteis:

Prefeitura de Petrópolis (Fundação de Cultura e Turismo): portal de informações turísticas sobre a cidade. [Acesse]

S.O.S. Petrópolis (Prefeitura): campanha de arrecadação de doações às vítimas das chuvas. Os depósitos, em qualquer valor, podem ser efetuados em agências do Bco. do Brasil e da Caixa Econômica. [Saiba mais]

Museu Imperial: portal de informações sobre o museu. [Acesse]

Sesc Quitandinha: Construído para ser o maior cassino da América Latina, a unidade está situada no antigo Palácio Quitandinha. Ele é composto por teatro, salões sociais, sala de música e um centro de informações turísticas credenciado pela prefeitura. [Acesse]

Terminal rodoviário Novo Rio (RJ): consulta, compra de passagens e informações sobre o local. [Acesse]

Terminal rodoviário de Petrópolis: portal de informações da rodoviária. É válido ressaltar que a rodoviária também dispõem de um centro de informações turísticas credenciado pela prefeitura. [Acesse]

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Dicas: [1] A prefeitura possui diversos centros de informações turísticas espalhados pela cidade; os endereços podem ser acessados a partir do próprio site da prefeitura ou a partir do disque-turismo: 0800.024.1516. [2] Evite as segundas-feiras, pois vários pontos turísticos estão fechados neste dia; os mais interessantes costumam funcionar de terça a domingo. [3] Na frente do Museu Imperial existe um ponto de parada de charretes onde você pode escolher entre dois ou três trajetos turísticos pelos arredores do centro histócio. O passeio é interessante, porém negocie o preço; para não se arrepender depois.

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