sábado, 5 de março de 2011

Coisas que ouvi, mas que ainda não pude baixar

Não que me falte bons álbuns para ouvir, mas é que chega uma hora, clássica, que, pôxa vida, por mais que sejam bons, por mais que sejam legais, não rola mais ouvir. Bom, pelo menos, não por algum tempo. Mas aí é que está. Tendo em vista que meu HD anda um tanto quanto combalido desde um fatídico dia de tempestade que o andou transformando num esforçado meia-bomba, eis que tenho sido obrigado a me segurar nas audições monofônicas e de repertório limitado de sites chapa branca, em blogs diletantes ou àquilo que as bandas nos permitem ouvir em seus próprios sites sem, no entanto -vejam só, que judiação-, poder baixá-los para este cansado desktop -o que, diga-se de passagem, é tremendamente frustrante, vocês hão de convir. Pois é… Mas, limitadores apresentados, lamúrias divididas, aproveito também para compartilhar algumas das impressões que tive de alguns desses álbuns que, tão logo arrume espaço no HD, vão ter cadeira cativa aqui no meu desktop. Ei-las:

Charles Mingus (Foto: Divulgação)  Charles Mingus (Foto: Divulgação)

Charles Mingus : Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus (1956 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/aTFKCl Baixe: http://is.gd/V2xmHk [por avaxhome.ws]

Mingus, um dos pouquíssimos compositores com talento o suficiente para poder ser comparado ao mestre Duke Elington, é um dos caras que eu mais gosto dentre uma constelação de gênios como, só para citar alguns, Thelonious Monk, John Coltrane e Eric Dolphy. Quanto ao álbum, sensual em alguns momentos e brilhante como sempre, só tive conhecimento de sua existência há bem pouco tempo, ouvindo o Sonora. Eu até pensei em indicar aqui as minhas favoritas, mas ao ouvi-lo novamente, percebi que só deixaria uma de fora, ou seja, um bom motivo para que baixem e escolham vocês mesmos suas preferidas. Ah, sim… E deste fantástico contrabaixista -aliás, o maior de todos na história do jazz-, eu indico (com veemência) outras três obras-primas: Pithecanthropus Erectus, um dos influenciadores do free jazz; o fantástico Mingus Ah Um, com as ótimas Goodbye Pork Pie Hat, Boogie Stop Shuffle, Self-Portrait in Tree Colors, Pedal Point Blues e sua militante e extremamente ácida -se bem que aqui, instrumental- Fables of Faubus; e, finalmente, um dos meus preferidos, The Black Saint and The Sinner Lady, destes, o mais experimental. E na sequência, um tremendo de um curinga pra vocês.

Meditation on Integration (part one) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

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Meditation on Integration (part two) - Live in Belgium, 1964. Charles Mingus: bass - Eric Dolphy: bass clarinet, flute - Clifford Jordan: sax tenor - Jaki Byard: piano - Dannie Richmond: drums.

 

Esperanza Spalding : Chamber Music Society (2010 : Jazz)

Ouça: http://is.gd/r8BGTW 

Baixe: http://is.gd/DFe5TW [part 1] http://is.gd/OyoEu1 [part 2] [por DupeDB]

Desde que foi escalada para tocar no Tim Festival, em 2008, ela foi me chamando a atenção em partes. Primeiro pelo nome, Esperanza Spalding, que pra mim soava ao mesmo tempo peculiar, mas de alguma forma promissor. Em seguida, pela aparência; charmosa nos trejeitos, na maneira de vestir, e de um tipo de beleza que muito me agrada. E, finalmente, é claro, pelo talento. No entanto, vejam só, reconhecido no mesmo instante em que botei pela primeira vez seu álbum para tocar, o excelente Esperanza, de 2008, com achados como She Got To You, Mela, If That’s True, com suas estruturas ritmicas sofisticadas e cheias de pegada, além de duas brasileiras que abrem e fecham o álbum -olha que moral-, Ponta de Areia, do grande Milton Nascimento, e Samba em Prelúdio, dos inesquecíveis Vinícius de Moraes e Baden Powell; ambas, vejam só, cantadas em português.

Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação) Esperanza Spalding (Foto: Divulgação)

Já em relação ao Chamber Music Society, a compositora -de oito das onze músicas do álbum- vem acompanhada dos tradicionais piano e bateria, mas também de um quarteto de cordas que acabou conferindo ao álbum um ar mais sofisticado e intimista, sem no entanto sufocar momentos de maior efusividade no seu desenrolar. As músicas que mais me chamaram atenção até o momento são a linda e suave Little Fly, que abre o álbum; Chacarera, ótima composição do pianista Leo Genovese; Apple Blossom, um bonito dueto com Milton Nascimento; Inútil Passagem, de Tom Jobim, onde, mais uma vez, ela põem à prova seu português; e, por último, a nem tão curta, mas ainda sim doce, Short and Sweet. O único ponto negativo, a meu ver, foi o excesso de vocalises; ótimos em diversos momentos, um tanto excessivos em outros, mas incapazes de conseguir tirar o brilho do álbum. Recomendo.

She Got To Yo no Tim Festival 2008 - Esperanza (2008)

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Little Fly - Music Chamber Society (2010)

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The Apples (Foto: Divulgação)

The Apples : Kings (2010 : Fusion)

Ouça: http://is.gd/EPUMYi Baixe: http://is.gd/O8Q8YY [por BlogDONirso]

E, finalmente, este daqui, descoberto por acaso num tweet da Monique Maion dirigido à Reverbcity. A sugestão, no caso, era um cover sensacional do Rage Against the Machine feito por uma banda israelense, vejam vocês, cheia de groove e altamente dançante, composta por baixo acústico, bateria e um combo de metais porrada que junto a dois DJs, mescla funk, soul, rap, rock e jazz a scratches que, ao vivo, acaba corrompendo até o mais travado dos indivíduos. Apesar do tal cover não constar deste álbum, recomendo muito o download. Sério mesmo.

Killing (Kiling In The Name Of - by RATM) - The Power (EP - 2009)

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No mais, é isso. Nos próximos posts -não exatamente na sequência-, mais coisas que ouvi, mas que por conta de um HD bichado por causa de uma chuva mais arisca, ainda não pude baixar.

Até a próxima!

[ChuckWilsonDB]

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