Deixando de lado a cadência arrastada e sombria da penúltima postagem, volto agora minha atenção para o espírito explosivo e anárquico do Crystal Castles e do Kap Bambino. Duas duplas que não se fazem de rogadas na hora de usar seus sintetizadores, distorções e manipulações vocais para mostrar a que vieram.
Crystal Castles
Crystal Castles : Crystal Castles II (2010 : Electroclash/8-bit)
Ouça: http://is.gd/AUDawO Baixe: http://is.gd/UuZo1P [por SoundGum]
A princípio, este duo canadense criado no finalzinho de 2003 por Ethan Kath e Alice Glass, não ficaria marcado apenas pela qualidade do primeiro álbum, mas também por apresentações pífias e fatos polêmicos ligados, se não estou enganado, à ilegalidade de certos samples e imagens que eles andaram utilizando. Superados, no entanto, os problemas iniciais e também as dúvidas sobre se eles conseguiriam ou não igualar -ou mesmo superar- os resultados obtidos com o primeiro trabalho, eis que eles surgiriam com este segundo álbum -mais bem produzido e mais coeso que o anterior- fato que acabou lhes rendendo, inclusive, uma parceria tardia com ninguém menos que Robert Smith, o icônico líder do The Cure, em Not in Love.
Ainda marcado por uma profusão de distorções, samples enlouquecidos, muita gritaria e, agora, em menor escala, pela base 8-bit das composições (estas, criadas a partir de consoles de videogames com chips de 8 bits como os velhos Atari, SNES e Mega Drive), ele também apresenta um lado menos barulhento, mais delicado e, portanto, mais acessível; caso, por exemplo, de Celestica, Suffocation e da própria Not in Love (aqui, sem a presença de Smith). Bom… De qualquer forma, um excelente álbum. Minhas favoritas: Fainting Spells, Doe Deer, Year of Silence, Empathy, Birds e I Am Made of Chalk.
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Doe Deer, uma das minhas favoritas, porém em vídeo não-oficial.
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Crystal Castles em passagem por um club de Santiago (Chile) em setembro passado.
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Kap Bambino
Kap Bambino : Blacklist (2009: Electroclash/8-bit)
Ouça: http://is.gd/j2kdqJ Baixe: http://is.gd/JPuLLk [por MusicNes]
Formado em 2001 por Orion Bouvier e Caroline Martial em Bordeaux -cidade francesa conhecida no mundo todo por suas prestigiosas vinícolas-, o Kap Bambino é um duo que também pode ser caracterizado pelos vocais ferozes e pela postura de palco agressiva também compartilhada pelo Castles, mas eu diria que um pouco mais suja e eletrizante -o que, particularmente, me agrada muito. Donos do próprio selo, o Wwilko, e ambos detentores de projetos paralelos -ela com o Khima France e ele com o Groupgris- a banda já foi destaque em diversas publicações especializadas como Dazed and Confused, Another Magazine e também na NME que, inclusive, apontou seu primeiro álbum, Zero Life Night Vision, como o equivalente eletrônico de nada menos -vejam vocês- que The Queen Is Dead, dos Smiths. Pois é… Aliás, como de costume, seguem minhas favoritas: Dead Lazers, Lezard, Red Sign, Razozero e Batcaves. Enjoy!
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Red Sign, a primeira faixa que me pegou de jeito no álbum.
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Batcaves em vídeo ágil, porém com o espírito remanescente do meu penúltimo post.
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No mais, é isso. Nos próximos posts -não necessariamente na sequência-, mais resenhas de coisas legais que eu tenho ouvido ultimamente. Atuais ou nem tanto.
Até a próxima!
[ChuckWilsonDB]
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